sábado, 19 de dezembro de 2009

A vez de Ricardo Coração de Leão

Diferente da história inglesa, não foi com a ajuda de Robin Hood que Ricardo voltou ao poder na Toca do Leão. No entanto, assim como na história do heroi que tira dos ricos para dar aos pobres, Ricardo, o Silva e não o Coração de Leão, volta com a aclamação popular. Ricardo é querido pela maioria dos jogadores, visto pela imprensa com bons olhos e o melhor, é um nome com a aprovação da torcida.
Ricardo Neto da Silva nasceu em Rio Branco, Minas Gerais, tem 48 anos e é professor de educação física, formado pela Universidade Católica de Salvador. Ele já treinou as categorias de base do Vitória e do Bahia, além de ter treinado também em solo baiano, Camaçari e Fluminense de Feira. O técnico também auxiliou nomes consagrados do futebol, como Evaristo de Macedo, Joel Santana, Toninho Cerezo, Hélio dos Anjos, Mário Sérgio, Abel Braga, entre outros.

Ricardo chegou ao Vitória em 18 de abril de 2008, com função de assistir aos jogos dos adversários rubro-negros e preparar relatórios para os técnicos. De olheiro foi promovido a auxiliar técnico, e chegou a assumir o time interinamente em três ocasiões nesta temporada.
Na primeira entre 14 e 18 de fevereiro assumiu o time após a saída de Mancini para o Santos, disputou dois jogos e venceu os dois. Com a chegada de Mauro Fernandes, voltou ao cargo de auxiliar, mas com a demissão do então treinador, foi novamente requisitado para assumir o time. Nesse período, entre 26 de março e 13 de abril, Ricardo acertou o time e conseguiu cinco vitórias seguidas, quatro pelo Baiano e uma pela Copa do Brasil, a única derrota foi no último jogo comandando o time, que classificado por antecedência, jogou com a equipe reserva. Então Ricardo deixou o comando do time, apesar do grande apelo da torcida e da imprensa para que continuasse, dando lugar a Paulo César Carpegianni, que dirigiu o time nas quatro partidas finais e conquistou o título, cuja importância de Ricardo foi destacada por todos, inclusive por PCC. E a última vez que Ricardo esteve a frente do time de Canabrava foi entre os dias 10 e 13 de agosto, pela Copa Sul-Americana, entre a saída de Carpegianni e o retorno de Mancini, mais uma vez Ricardo saiu de campo com um triunfo.

Como jogador, ele atuou de centroavante, começando a carreira no Botafogo do Rio. Passou depois pelo Fluminense de Feira de Santana, Atlético Mineiro, Portimonense de Portugal, ABC de Natal e encerrou a carreira no Leônico, clube da capital baiana.O fato é que Ricardo tem agora a grande chance da vida, principalmente após a contratação de Renato Gaúcho pelo Bahia, trazendo visibilidade ao estadual. Com a verba reduzida para 2010 - estima-se que o clube não pretende gastar mais de R 400 mil/mês durante o estadual, creio que a opção de Ricardo foi acertada, vale lembrar que diferente do Bahia, a quem tanto se cobra uma chance aos "senhores desta terra", o Vitória costuma dar chances a profissionais que conseguem relativo sucesso em clubes do interior. O rubro negro já se deu bem em várias contratações de jogadores que se destacaram no estadual em clubes, o último exemplo, o bom Neto Berola. Mas o Vitória já foi mais além, dando vez a técnicos da casa. O campeão baiano de 2006, pelo Colo-Colo de Ilhéus, Ferreira, já teve a oportunidade de comandar o atual tri-campeão baiano. A Ricardo, o desejo de sucesso e que a nova leva de interinos promovidos possa ter nele mais um bom nome.

Se a diretoria não precisou deixar Salvador para buscar o técnico, foi até Porto Alegre trazer o novo superintendente de futebol, Mauro Galvão. Dentro dos campos, um zagueiraço, tetra campeão brasileiro, de passagem marcante e inesquecível por Vasco, Inter, Bangu, Botafogo, Grêmio e seleção brasileira, disputando inclusive a Copa de 90. Mas a experiência fora dos campos de Galvão ainda é curta, fez parte da comissão técnica do Vasco, como treinador de zagueiros em 2003, no ano seguinte foi técnico do Botafogo e em 2005 do Naútico por seis meses. Em janeiro deste ano, foi apresentado como diretor-executivo de futebol do Grêmio, substituindo Rodrigo Caetano, que foi para o Vasco. No entanto, foi demitido no decorrer da temporada e agora assume o Vitória. Que a parceria com Ricardo Silva, traga ao clube bons frutos. A gana demonstrada pelo Bahia em vencer o estadual deve contribuir para que Ricardo e Galvão preparem um Vitória forte e competitivo, por hora é aguardar.

O mundo é dos artistas!

Não dá pra não ver o Barça de outra forma após conhecer um pouco da sua história, após ler o capítulo dedicado a este de "Como o futebol explica o mundo" e após ver o time artístico de Daniel Alves, Xavi, Ibra, Messi, o maior deles, e cia limitada.

Na terceira oportunidade de conquistar o mundo, o clube catalão, que hoje joga o mais belo futebol do planeta, não tinha, como nas outras vezes, pela frente um time brasileiro. Mas tinha do seu lado, como em 92, contra o São Paulo, Guardiola, desta vez não em campo, mas no banco, comandando o time. E desta feita, não teve jeito. Bem verdade que não teve pelo lado do valente Estudiantes, um iluminado Gabiru como em 2006, ano em quem o mundo foi colorado. Desta vez, o mundo viu a vitória do futebol arte, nem sempre louvado, afinal para muitos, o que importa é o resultado. Mas ainda bem que em muitas vezes, o bendito resultado é feito por artistas, craques da bola, gente que faz obra de arte com o coração, como fez hoje, o argentino melhor do mundo ao colocar com o lado esquerdo do peito, a bola do título no fundo da rede!

Vale lembrar que os artistas da bola, fecham a temporada 2009 conquistando literalmente tudo o que disputaram: Copa do Rei, Campeonato Espanhol, Supercopa da Espanha, Liga dos Campeões, Supercopa Europeia e Mundial de Clubes. É, não há como negar, o mundo é dos artistas!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Feliz de quem tem histórias pra contar...


Nenhum torcedor do Bahia, esquece. Muitos do jovens hoje presentes em Pituaçu sequer assistiram a conquista, mas pergunte a qualquer um dele, o nome de pelo menos três daqueles herois, com certeza saberão. Cresci sabendo escalar, Ronaldo; Tarantini, João Marcelo, Claudir e Paulo Róbson; Paulo Rodrigues, Gil e Bobô; Zé Carlos, Charles e Marquinhos. Técnico: Evaristo de Macedo. E foi justamente estes, com excessão de João Marcelo que foi substituido por Newmar, que entraram em campo para a festa deste domingo 13 de dezembro, contra o Internacional de Porto Alegre, representado também pelos atletas colorados que defenderam o time gaúcho na mesma ocasião 20 anos atrás. Foi o mesmo Bahia da decisão. Mas outros monstros eternizados sobre a batuta de Evaristo também fizeram parte da festa, Ricardo, Edinho jacaré, Sandro, Osmar, Dico Maradona e Sales também mataram saudades da turma tricolor, fazendo esta recordar com brilho nos olhos.

Foi um dia muito representativo para a história do Bahia, apesar de representantes da atual diretoria - prova do descaso com o clube, com os ídolos e história do clube. O público foi pequeno para quem chegou a ver a Fonta Nova com 110 mil pessoas, apenas 3 mil desta feita, mas suficientes para abrilhantar uma festa bonita. Para relembrar o dia em que o Bahia voltou a ser o maior do país e provou que era possível.

Apesar do aparente descaso por parte da diretoria do Bahia ao evento, o Sport Club Internacional de Porto Alegre, merece todas as congratulações, se o clube campeão não moveu uma palha na realização do evento, além de ceder as camisas para atletas tricolores, a direção do Colorado abraçou a ideia e mandou a Salvador, o vice presidente e as trofeus de suas últimas conquistas, entre elas o Mundial de clubes da Fifa. Exemplo bonito de respeito a seus ídolos, ainda que não tenham conquistado naquela ocasião o título. Bacana também ver a emoção dos atletas do Inter em campo. Edu Lima, Casemiro, Mauricio, Norton, Luiz Carlos Martins, Helder, sempre aplaudidos pelos tricolores, afinal era uma celebração. Vaias e bem poucas, apenas para o rubronegro da festa, o campeão mundial de boxe, Acelino Popó Freitas, torcedor do Vitória.


O jogo terminou 1 a 1. Casemiro para o Inter e Zé Carlos, o grande anfitrião e organizador do evento, para o Bahia. Mas o placar pouco importou. Bom foi rever os milagres de Ronaldo, a marcação aplicada de Tarantini, a segurança na defesa de Claudir, Pereira e Newmar. A irreverência de Paulo Robson, o passe aplicado de Paulo Rodrigues, e até mesmo ver que a elegância sutil de Bobô, não é mais a mesma. O corpo já não responde como antigamente, que o diga Marquinhos, sempre lépido, assim como o próprio Zé Carlos, camisa 10 daquele time e o goleador Charles. Bom foi rever Lourinho, torcedor símbolo daquela conquista, debilitado, andando com dificuldades e apoiado em uma bengala, ser venerado pela torcida. Bonito ouvir ecoar em Pituaçu, cânticos entoados naquela saudosa época de Fonte Nova lotada e Bahia temido pelos adversários. Bons tempos, que não voltam mais. Da tarde de boas lembranças e filmes passando pela cabeça, ficou a lição de que, feliz de quem tem histórias pra contar....


Fotos: Edson Ruiz/Fotopress/Uol; Fabrizio Freitas; Antonio Saturnino/Correio da Bahia.

"Do imbróglio que quiproquó" : O racha vermelho e preto

Desde que tomei conhecimento da grande confraria de divergências que se tornou a diretoria do Vitória tentei entender o que afinal estava a acontecer com o time de Canabrava, ouvindo por diversas vezes as partes envolvidas. As publicações diárias baianas fizeram uma cobertura que eu diria ter sido louvável na busca de esclarecer o leitor sobre o imbróglio. O fato é que o Vitória fecha o ano com um rombo de R$ 7 milhões, sendo que 70% ou R$ 5 milhões são referente a dívidas feitas pelo departamento de futebol, que era comandado pelo ex-presidente do Vitória S/A, Jorge Sampaio, demitido do cargo de diretor de futebol nos últimos dias.

Quem me conhece, sabe que nunca tive pelas figuras de Alexi Portela e Jorge Sampaio simpatia alguma, mas é preciso reconhecer que quando assumiram o Vitória, o time estava em uma terceira divisão. Juntos, trouxeram em dois anos o time de volta à elite do futebol nacional, livraram o clube do estigma da versão baiana de Eurico Miranda, que aos poucos se transformava Paulo Carneiro. Me recordo de muitas das críticas feitas a Jorge Sampaio, que foi quem de fato colocou a cara pra bater, já que Alexi sempre foi mais reservado, atuando muito mais, fora dos holofotes. Diziam que Jorge Sampaio entendia muito de axé music, onde foi agente de vários artistas, e nada de futebol. Apesar disso, ele e Alexi sempre foram tratados como pessoas sérias, gestores de reputação limpa, tudo o que o clube precisava. Não se pode negar que deu certo. O Vitória saiu da série C para a A, disputou a Copa Sulamericana e venceu os três estaduais disputados sob o comando da dupla Sampaio/Portela, além disso, voltou a revelar bons talentos.
Entretanto, o lado torcedor de Jorge Sampaio sempre muito mais presente para os holofotes, do que o seu lado cartola, um grande erro. Quem o conhece, diz que ele sempre foi um torcedor de arquibancada daqueles no bom sentido da palavra, "chato", do tipo que aceita tudo, menos que falem mal do seu time. E esse lado, ele levou para dentro do gabinete da presidência. Mais do que óbvio que um presidente seja torcedor fanático do seu time, equivocado que em muitas vezes deixe o seu lado dirigente para se comportar como torcedor. E em muitas vezes como o torcedor mala, bobo, palerma. A provocação faz parte da magia do futebol, e é necessária, mas pense rápido e responda, qual a graça do presidente do Vitória contratar a cozinheira demitida do maior rival após comandar uma greve, onde reclama o pagamento de salários? E ostentando que na Toca do Leão ela seria bem tratada e receberia em dia? Era o lado torcedor bobo de Sampaio descontrolado. Mesmo lado que tratava o Bahia, como "o time da segunda divisão." Patético se não fosse triste.

No entanto minha crítica à dupla de gestores não é apenas por isso, como futuro profissional de imprensa, com passagens por alguns veículos de comunicação do estado, sei de manobras que envergonhariam qualquer torcedor do Vitória que comemorou "a volta da democracia" ao clube com a queda de Paulo Carneiro. Sampaio e Portela são da mesma estirpe de cartolas que pedem a cabeça de profissionais da imprensa, quando acham que foram de alguma maneira prejudicados. São e eu sei que são. No entanto, isso também não é algo que deva se discutir no momento, e não tem influência nos rumos que as coisas tomaram.

Com o fim do Vitória S/A em 2008, Sampaio, então presidente, passou ao cargo de vice-presidente executivo e também gestor de futebol do Esporte Clube Vitória, sob a presidência de Alexi Portela. A partir de 2009, o trabalho deixou de se concentrar nas mãos dos dois, e o clube ganhou uma espécie de conselho com mais 11 ou 12 diretores, a partir de então, começou o que muitos chamaram de um "processo de fritura" de Sampaio dentro do clube. Em abril, Raimundo Queiroz foi contratado para ser o diretor de futebol, função que já era exercida por Sampaio - segundo este, a contratação foi feita sem que o consultasse. Desde então, Sampaio só perdeu espaço no clube e ganhou um forte opositor, Carlos Falcão, vice-presidente administrativo e financeiro. Sampaio deixou claro que discutiu muitas vezes com Falcão e que este sempre expressou que não gostava da presença do então parceiro de Alexi Portela à frente do futebol.

A política dentro dos clubes de futebol do país é muito forte e em muitas oportunidades é tão podre quanto a política de propinas nas meias e nas cuecas. No futebol baiano não é diferente. No caso do Vitória, Jorge Sampaio é amigo do ex-presidente Ademar Lemos Júnior, uma das maiores lideranças do clube, há mais de 40 anos. Foi Ademar o responsável pela indicação de Sampaio para presidir o clube. Ainda assim o empresário do axé music nunca foi unanimidade dentro da diretoria e foi justamente Carlos Falcão, o seu maior crítico e apesar de relutar em permanecer no clube, não resistiu ao estouro da bomba do rombo e caiu. Colocando um ponto final na relação que trouxe o Vitória de volta à série A e devolveu a este, a hegemonia do futebol baiano.
O fato é que Sampaio sai queimado, como grande responsável pela crise financeira, mas obviamente não é o único. Em entrevista dada ao jornalista Herbem Gramacho, do Correio da Bahia, Sampaio confirma o déficit, mas se defende, inclusive citando o medo de perder o campeonato para o ex- presidente do Vitória, então diretor do Bahia, Paulo Carneiro: "Gastamos (demais) sim. Lógico que não é certo contratar 40 jogadores, mas precisava de 20. [...] O Vitória tinha que ganhar esse campeonato por causa da importância natural, mas era muito mais importante não permitir a reação do Bahia por causa de Paulo Carneiro. Então eu sou errado porque gastei demais?" Em minha opinião, é óbvio que sim, e fica evidente que o lado torcedor influenciou e sempre de forma negativa, mas volto a dizer, Sampaio não pode ser considerado o único culpado pelo rombo de 2009, situação que apesar do alarde feito no Barradão, é comum na maioria dos clubes brasileiros. Poucos deixarão de fechar 2009 no vermelho.

O certo é que o Vitória junta os cacos e vai para 2010 com uma folha de R$ 400mil. As novidades ficam por conta de Mauro Galvão como Supervisor de Futebol e com a merecida chance dada ao a Ricardo Silva, interino em outras oportunidades e agora efetivado como treinador (que tratarei em um outro post). Chance essa que talvez não aparecesse sem o tal "rombo do ano". Por isso, ao torcedor do Leão, resta ver o lado bom da coisa, como Poliana, e pensar que há males que vêm para o bem. E que 2010 tenha menos tormentas e muito mais a se comemorar.

Imagens: futebolbahiano.com e barradaoonline.com

sábado, 12 de dezembro de 2009

BR-09: De tudo aquilo que se faz eterno...

Quase uma semana depois, mas ainda assim em tempo, parabenizo ao Flamengo pelo merecido título do BR-09. Talvez eu escrevesse aqui "merecido" para qualquer um dos quatro clubes que chegaram com chances de título na última rodada, afinal este não foi um campeonato qualquer. Talvez somente daqui há alguns anos, como já disse Lédio Carmona, possamos olhar para trás e concordar que este foi um campeonato acima da média, diferente, espetacular. Pela primeira vez na vida, nenhum dos meus dois times disputou a divisão de elite do futebol nacional - o que não é mentira, mas me refiro precisamente ao tempo que acompanho futebol. No entanto, foi com muito entusiasmo que assisti a esta festa linda que foi o BR-09, por vezes tensa, intrigante, surpreendente, enfim, do campo às arquibancadas, tivemos um lindo espetáculo na sua totalidade e que jamais será esquecido.

Com tantos dias de atraso, qualquer que seja o que eu diga aqui sobre o Flamengo, pode ser encarado como mera repetição. No entanto, encontrei no divertido blog Arthur Muhlenberg (blog do torcedor do Flamengo no Globoesporte.com) um texto bem bacana sobre a conquista do a partir do viés de Andrade como o primeiro técnico negro a se sagrar campeão brasileiro e reproduzo aqui. O vídeo também foi retirado do blog do Arthur e pode ser encarado como uma homenagem à torcida que deu um show durante o campeonato. E ainda dizem que torcida não ajuda...ah tá.

Por Robert Shaw para a revista inglesa When Saturday Comes:
O Problema Racial do Futebol Brasileiro

"A coisa mais notável sobre o titulo nacional que o Flamengo conquistou no ultimo fim de semana não é a espera de 17 anos e nem o inesperado verão ensolarado na outonal carreira do meio-campista sérvio Dejan Petkovic. A grande surpresa é que o clube tem Jorge Luís Andrade, um técnico negro. O gato-mestre da SporTV Telmo Zanini considerou o fato um marco e declarou: Esperamos que seja um dia histórico para o futebol brasileiro e ajude a abrir portas para técnicos negros. Como Andrade foi aclamado como o primeiro técnico negro a vencer o Campeonato Brasileiro alguns torcedores rubro-negros lembraram que Carlinhos, o técnico do último título em 1992 foi o primeiro. Mas Carlinhos é geralmente visto como mestiço.

O tema da identidade racial – e quem é classificado como negro – no Brasil, reflete o preconceito generalizado enfrentado pelos técnicos negros. Esse é a sexta vez em que Andrade comanda o Flamengo, e era a terceira opção do clube. Mas foi a primeira vez que ele foi contratado como técnico titular, e não interino. Eleito o treinador do ano, aplaudido por armar um improvável Flamengo campeão combinando os talentos vagabundos de Adriano, Petkovic and Zé Roberto. Andrade foi criticado quando efetivado, com muitos esperando que o Flamengo contratasse um grande nome. O que significa dizer um salário maior, equipe técnica cara e, quase invariavelmente, um branco. Nenhum dos outros times da Serie A é treinado, o que a mídia brasileira parece reconhecer, por um negro.

O próprio Andrade reconhece o problema. “Muitos pensavam que eu não era capaz de fazer um bom trabalho, e aí está a questão da cor. No Brasil nós temos poucos treinadores negros.” Isso se aplica até em clubes como Flamengo e Vasco que são a linha a de frente na quebra de barreiras para os jogadores negros há mais de 70 anos.
Os clubes do Brasil, afogados em dívidas, parecem mais dispostos a colocar dinheiro na elite branca dos técnicos do que contratar alguém mais barato que seja negro. Jogadores conhecidos que se tornaram treinadores como Lula Pereira e Cláudio Adão tiveram menos oportunidades que jogadores do mesmo nível deles nos últimos 20 anos. Andrade ganhou 4 Brasileiros como jogador do Flamengo, mais do que qualquer outro técnico na Série A. Mas sua modéstia pessoal limitou a sua participação nas atividades fora de campo, como palestras e aparições na mídia, que atraíram muitos dos seus contemporâneos. No Brasil, autopromoção aparece como algo tão importante quanto a preparação do time.

Uma rápida olhada nos times do Brasil na Copa do Mundo reforça a impressão. Nenhum dos jogadores negros da seleção de 70 construiu uma carreira como treinador de ponta, apesar das incursões de capitão do time, Carlos Alberto Torres, como treinador. A barreira para treinadores negros é também um reflexo da esmagadora maioria de dirigentes brancos.

Não surpreende que um dos mais bem sucedidos treinadores negros teve que deixar o país pra desfrutar o sucesso. Didi, estrela do Botafogo e da Seleção Brasileira em 1958 e 1962, levou o Peru até as quartas-de-final da Copa de 1970 como treinador. Na realidade pouca coisa parece ter mudado desde os tempos de Gentil Cardoso, há 50 anos. Além de ser o primeiro técnico negro de um grande clube Gentil Cardoso foi quem contratou Garrincha para o Botafogo. Seu sucesso significou um brilho efêmero no cargo de técnico da Seleção Brasileira.

Cinqüenta anos depois Brasil tem um treinador branco, Dunga, contratado sem nenhum experiencia previa. O brasileiro no comando da África do Sul em 2010 é Carlos Alberto Parreira, da elite dos treinadores brancos.

Apesar do sucesso de Andrade pode levar algum tempo antes que os treinadores negros quebrem o apartheid particular do futebol brasileiro."

Flamengo Hexacampeão Brasileiro from Gustavo Pellizzon on Vimeo.

domingo, 22 de novembro de 2009

Dois campeões, dois objetivos e dois sentimentos



Meu avô, que me ensinou muito do pouco que sei sobre futebol, nunca chamou o Bugre de Guarani de Campinas, mas sempre de Guarani de Careca. Nos últimos anos o time do simpático mascote indígena andou longe da elite da futebol, chegando a frequentar  a sofrível série C. Algo improvável para um time com a história do time campineiro. A campanha na série B de 2009 foi excelente, um início arrasador com várias rodadas na liderança e um invejável serie invicta, depois o time caiu de produção mas nunca deixou de frequentar o G4. Oswaldo Alvarez, o Vadão montou um time que mesmo sem um grande craque esteve acima da média durante a competição. O garoto Caíque revelado pelo Vitória foi o maestro do time, no ataque, vindo do Ituano, Ricardo Xavier tornou-se peça fundamental e com seus 14 gols tornou-se um dos destaques da competição. Ao longo do campeonato, o time teve outras peças chaves, como o bom lateral Maranhão e o goleiro Douglas.

A partida que decretou o retorno do Guarani à série A, foi no estádio de Pituaçu, como de praxe lotado. O Bahia precisava da vitória para acabar com a possibilidade de rebaixamento. A torcida baiana compareceu em massa. 31.560 torcedores pagaram ingresso para ver o time de Bonamigo, que desde o começo partiu pra cima do Guarani, no entanto o time de Campinas era visivelmente mais arrumado em campo.

O Bahia tinha dificuldades em armar as jogadas com o fraco Juninho e vivia apenas das tentativas do experiente Paulo Isidoro que tentava sem sucesso municiar o ataque. Aos 13 minutos, o atacante Jael foi derrubado na área e Leonardo Gaciba marcou pênalti. Na cobrança Nadson fez Bahia 1 a 0. Nos minutos finais do primeiro tempo, aos 46, saiu o segundo do Bahia. Juninho cobrou escanteio, Bruno Silva desviou, Beto cabeceou no travessão e o capitão Nen pegou o rebote,marcando o gol que deu números finais ao placar, para alegria da massa tricolor em Pituaçu.

O segundo tempo foi bem disputado, mas sem bola na rede. O Bahia criou algumas chances mas esbarrou na vagarosidade de Juninho e na falta de pontaria de Jael e Beto, que substituiu Nadson machucado. O Guarani também criou boas chances, principalmente pelas duas laterais, mas parou na, desta vez, bem postada defesa tricolor que contou com as defesas do vibrante goleiro Marcelo, ex-Corinthians, que vive no tricolor baiano a melhor fase da carreira. Com o jogo chegando nos minutos finais, o Guarani já sabia que com a vitória do Duque de Caxias sobre o Figueirense, o acesso estava garantido,e o Bahia da mesma feita já tinha o que lhe interessava, então os dois times passaram a administrar o resultado.

Ao apito final, muitas comemorações, e sentimentos distintos de dois grandes clubes campeões. Festa da torcida e jogadores do Bahia, que conseguiu se livrar do fantasma do rebaixamento, mas que não é digna de um clube da grandeza do tricolor baiano e alegria merecida do Guarani, de Vadão, figura competente e gente boa, que se mostra um especialista em série B. Em 2004 comandando o Bahia, deixou o acesso escapar na última rodada do quadrangular, mesmo sendo o tricolor o time com mais pontos no total da competição e em 2007 comandou o Vitória na campanha de retorno à elite do nosso futebol. Deste feita, mais uma vez em solo baiano, Vadão voltou a sorrir. A bonita festa nas arquibancadas de Pituaçu foi mais um ingrediente na festa do Bugre, campeão brasileiro de 78, o Guarani de Campinas, de Careca e do Brasil!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dois por um:

# Assustador!

Pra quem viu o Fluminense 12 pontos atrás do primeiro fora da zona de rebaixamento e hoje vê essa distância em 2 pontos, com o futebol que o tricolor vem jogando se assusta.

É simplesmente assustador, ouvir o Maraca cantar em peso: "Fred vai te pegar". Assustador, mas emocionante pra quem gosta de futebol. É épico ver um gigante se levantar e reiventar a palavra milagre.

O Flu vem com uma força incrível e hoje não merece cair. O Flu das últimas rodadas em nada lembra o pífio Fluminense de Parreira, Horcades, dos medalhões afastados e cia.

É um novo Flu de Cuca, Fred e dos garotos de Xerém, que honram a camisa do clube do pó de arroz.




# Jogo da Vida

Tão assustador quanto a reação do Flu é o drama do Vitória, que fez grandes partidas neste segundo turno e depois simplesmente desistiu do campeonato. E nisso já se vão cinco derrotas consecutivas e o time desce a ladeira. A distância para o tricolor carioca é hoje de apenas cinco pontos, restando nove em disputa, sendo que o Vitória ainda tem o próprio Flu como adversário e no mesmo Maracanã, templo onde Fred vem brilhando e a torcida empurrado como nunca o clube do pó de arroz.

Nesta situação, o Vitória necessita mais do que nunca de vencer o Barueri, domingo no Barradão para se livrar de uma vez por todas, com a menor possibilidade existente de um trágico rebaixamento de um time que merecia melhor posição na tabela.

Uma derrota diante do Grêmio Barueri combinada com uma vitória do Fluminense diante do Sport, pode trazer graves e inesperadas consequências ao time de Mancini, logo todo cuidado é pouco. A sorte estará lançada domingo, às 19h30 no Barradão, pode ser a passagem da salvação, mas pra isso será necessário encontrar a carta certa, no bendito jogo da vida.

sábado, 14 de novembro de 2009

Descendo a ladeira do Pelô....


Ok, foi diante do agora mais líder do que nunca São Paulo, mas quem viu um pouco do jogo ficou com a sensação de que o Vitória sequer entrou em campo. No twitter a jornalista Marília Ruiz disse com razão: "Quando o Vitória chegar de Salvador, o jogo terá terminado... O São Paulo podia estar goleando." O São Paulo abusou de perder gols, venceu por 2 a 0 (Jorge Wagner e Hugo) mas poderia ter sido por 4 ou 5. O líder jogou e convenceu com futebol de gente grande que é, mas o time baiano foi covarde e nem de longe lembrou o Vitória das boas atuações contra Inter, Flamengo e Palmeiras neste segundo turno.

O Vitória perdeu a 5ª consecutiva e a depender dos resultados do complemento da rodada, o Leão pode até se tornar um real candidato a um improvável e impensado rebaixamento. É preciso acordar e os três pontos diante do Barueri na próxima rodada são fundamentais para que o Z4 sequer seja assunto na Toca do Leão. No fim do jogo, Mancini que tem contrato até dezembro de 2010 disse que apesar do contrato, tem uma reunião em dezembro com a diretoria e que em caso de cumprimento do planejamento, estabelecido anteriormente, fica no clube. No entanto, nesta semana, surgiram rumores de que o Vitória montaria um time mais barato para o Campeonato Baiano - o que ainda assim não significa um time sem qualidade. Pelo que ouvi, Mancini deu a entender que a ele, foi prometida outra coisa, logo jogadores de boa qualidade técnica e com certo prestígio, o que elevaria os custos rubronegros.

No caminho da salvação

O Bahia venceu a Ponte nesta sábado no Moisés Lucareli e deu um passo importante na fuga da Série C. O protótipo de time de Paulo Bonamigo não me empolga, mas ao menos deve cumprir a obrigação secundária de se manter na Série B - uma vez que a primária, ou ao menos a que se esperava de um time da grandeza do Bahia, era subir para a Série A.

Os gols do Bahia foram marcados por Jael, Beto e Paulo Isidoro, sendo que Reis descontou para a Ponte. No próximo sábado, o time tricolor recebe o Guarani em Pituaçu. Para o time campineiro será o jogo do acesso, para o Bahia o jogo que pode confirmar a permanência do time na Série B.

O atual time e diretoria tem a obrigação de diante da incompetência de levar o time à Série A, manter a instituição Esporte Clube Bahia ao menos na Série B. Falta o mínimo de empolgação para ver este elenco e todos os que o coordenam o clube no momento, no entanto resta o amor incondicional do fiel torcedor do Bahia, aquele que vive de um amor que não tem divisão. São estes que devem ser aplaudidos sempre.

Sem vergonha de dizer: Parabéns Campeão!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O futebol mandou lembranças....

Um dos piores times dos últimos tempos a vestir a camisa do Bahia - momento de reflexão: pare e pense o nível dos últimos times! - fez mais uma péssima apresentação na noite desta terça em Pituaçu. Mais de 18 mil pessoas foram ao estádio empurrar o time que venceu por 1 a 0, graças a um gol achado em boa hora por Jael e às defesas espetaculares do único a fazer seu papel em campo no time baiano, o goleiro Marcelo. Isso sem falar na incompetência absurda dos atacantes do Vila Nova.

Bonamigo deu mais uma prova que é o pior dos treinadores que passaram pelo Bahia no ano e montou um time frouxo, com três volantes e com a criação a cargo do sofrível Ananias. Tudo isso em um time que ocupava a zona de rebaixamento e jogava em casa com a obrigação de vencer. O time começou dando falsas esperanças ao torcedor em dois ataques rápidos, com Nadson e depois Marcos, mas a partir de então só deu Vila Nova que quando não parava nas mãos de Marcelo, ficava na absurda falta de capacidade de colocar a bola pra dentro, demonstrada por seus atacantes.
Seguindo a velha máxima do futebol, o Vila que abusou de perder gols, tomou o castigo após cruzamento de Alex Maranhão e complemento de Jael, de cabeça. Bahia 1 a 0. Um gol achado e em uma hora certa. A torcida empurrou o time que cresceu nos minutos seguintes. No entanto a pressão tricolor durou muito pouco e logo se inverteu. O Vila pressionou, mas sem sucesso. No segundo tempo, as coisas não se modificaram e Bonamigo viu inerte, o seu time, inteiramente recuado, levar pressão do Vila, assistindo ao time de Góias jogar. O Bahia ainda teve o péssimo Hernani expulso e teve que se segurar com um a menos, mas que segurou o placar foi mesmo Marcelo, que fez pelo menos mais três defesas sensacionais que ajudaram a garantir o resultado.

Com o resultado, o time agora ocupa a 15ª colocação, destacando que o Brasiliense teve o jogo contra o São Caetano suspenso em virtude do apagão, logo em caso de vitória, o tricolor cai mais uma casa. A situação ainda é bastante delicada, no entanto o Bahia conta com o fato de que alguns dos seus concorrentes diretos a se manter na série B, se enfrentam ou terão pela frente grandes pedreiras, exemplo do América de Natal que joga contra o Vasco na sexta na Maracanã, jogo em que o Vasco pode garantir o título da Série B em caso de triunfo. O Bahia joga sábado contra a Ponte Preta no Moisés Lucarelli.

O futebol é de envergonhar a série C, a torcida de primeira, não merece tamanho sofrimento, mas a esta altura, resta esperar os acontecimentos sem tentar prever muita coisa, até porque nesse caso, a coisa pode complicar. Na saída de Pituaçu, um torcedor deu um recado que deve ser entregue a Bonamigo e seus comandados: O futebol mandou lembranças!

domingo, 8 de novembro de 2009

Eu vou morar no brega....

Da série "Coisas que só o Bahia faz por você": Com a vitória do América de Natal sobre o Vila Nova por 2 a 0, o Bahia está de volta à zona do mal. Estamos na zona e o pior, é que o Bahia parece de malas prontas pra morar no brega!

A letra da talentosa do turma do funil do Movidos a Alcóol diz bem a situação do tricolor, "ela não vai acreditar, mas por causa dela" - no caso dele, Bahia - "eu vou morar no brega!"



Vídeo dedicado ao querido amigo Davi Boaventura no melhor estilo #seuspassadotecondena

sábado, 7 de novembro de 2009

A Caravela voltou!

Antes de começar é bom voltar exatos 11 meses e relembrar "o dia em que a Cruz de Malta trincou." Como já disse antes aqui, não escolhi ser vascaíno, foi imposição mesmo. A primeira camisa de time que usei - com menos de um ano - tinha uma faixa diagonal e uma cruz de malta no peito. Cresci e conheci a história do tal Gigante da Colina, pronto, era só do que eu precisava para me apaixonar pelo time que tinha nome de gente.

O time de história de glórias e de lutas me fez conhecer ídolos que lutaram por negros e operários, me fez conhecer o Expresso da Vitória...assim fui aprendendo sobre a importância de cada um nessa construção, de Barbosa e Ademir Menezes à Fernando Prass e Dorival Júnior, passando inúmeras vezes por Roberto Dinamite. O Vasco de hoje, mostrou que o sentimento nunca parou. O Vascão voltou, onde talvez devesse ter sim saído, para que fosse purificado e voltasse assim, como um Vasco querido, um Vasco do povo, como é do ser Vasco. E não um Vasco que só fazia inimigos e cujas únicas conquistas eram de desprezo por parte de quem ama futebol.

O Vasco pagou seu débito com o futebol e voltou. Volta reestruturado, renovado, volta Vasco. Pronto a fazer a caravela aportar em mares sempre navegados, os mares da vitória! Bem vindo de volta, com a Cruz de Malta inteira, sem trincos e pulsando de alegria!



Fotos: Globoesporte.com

Se os heróis entrassem em campo...


Se os heróis do Bahia tivessem o poder de mudar alguma coisa, talvez tudo fosse melhor. Por isso é um pena que eles só fiquem na arquibancada. O amor se explica assim: 31.436 pagantes em uma sexta-feira, 20h, para apoiar um time que luta para escapar da série C. No entanto, como de praxe, em campo o Bahia não fez sua parte, e amargou mais um resultado ruim em casa, 2 a 2. Em caso de vitória do América de Natal, neste sábado, o Bahia volta à zona de rebaixamento. O time retorna à campo na terça contra o Vila Nova, mais uma vez em Pituaçu.




Foto:esporteclubebahia.com.br

sábado, 31 de outubro de 2009

A vez delas!

Mulheresemcampo.com dará destaque ao melhor do futebol feminino

Divulgar uma paixão que não tem explicação e muito menos escolhe cor, credo ou muito menos gênero, o amor pelo futebol. Esta é a missão do Mulheres em Campo, primeiro site de notícias da Bahia voltado exclusivamente para a cobertura do futebol feminino. O site criado como trabalho de conclusão de curso de jornalismo da Faculdade de Comunicação da UFBA é capitaneado por João Eça e Magnum Maia. O intenção é dar mais visibilidade à prática feminina do esporte mais popular do país, especialmente na Bahia.

Apesar de ser um pólo revelador de talentos como Daniela, Esther, Fafá, Formiga, Elaine, entre outras, todas jogadoras da vitoriosa seleção brasileira de futebol feminino e casa de um dos mais fortes clubes do país, o São Francisco do Conde, octacampeão baiano e com brilhantes campanhas nos certames nacionais, a Bahia ainda não contava com nenhum veículo de comunicação voltado exclusivamente para a cobertura da prática.

Percebendo este hiato, os jovens jornalistas decidiram unir a paixão pelo futebol com o dever de levar informação ao grande público, resultando em um produto que mais do que um portal de notícias, se mostra uma verdadeira ode ao futebol feminino, como destacou o treinador do São Francisco do Conde, Mário Augusto. “Este site é uma homenagem às mulheres da Bahia, o futebol feminino só tem a agradecer” disse o treinador ao tomar conhecimento do trabalho.

Por fim, com um discurso forte de quem pretende encarar a missão de divulgar o esporte feminino com extremo profissionalismo, o Mulheres em Campo promete propor uma agenda positiva, divulgando principalmente exemplos de atletas que superam as mais variadas dificuldades e conseguem sucesso, mas também servir como um “megafone” a todas e a todos que estão na “arena” lutando pela profissionalização do futebol feminino, pela busca de melhores condições de trabalho, pela superação dos machismos e preconceitos em todos os setores da sociedade, pela busca de apoio e incentivo ao futebol feminino por parte dos clubes de futebol, federações, governos e também de empresas privadas.

Uma iniciativa brilhante e que merece ser acompanhada de perto. O Receptáculo apoia e deseja todo sucesso a este que em pouco tempo deve se estabelecer como site de referência na prática do futebol feminino na Bahia. Acesse o mulheresemcampo.com e confira.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Na arquibancada, um Barradão em chamas, já em campo...

Linda festa nas arquibancadas com o "Barradão em chamas" promovido pela diretoria, mas em campo, o que se viu foi um Vitória apagado, longe do nível de outras apresentações em casa, como diante de Palmeiras e do Inter. No final, deu Corinthians 1 a 0, com o argentino Defederico marcando o primeiro gol com a camisa do Timão.



terça-feira, 27 de outubro de 2009

Alívio imediato

Jogo tenso, nervoso, chato, mas fundamental. O Juventude foi um pouco melhor no equilibrado primeiro tempo. No segundo, logo aos 4 minutos, Jael aproveita cruzamento de Alex Maranhão - não é que ele sabe cruzar? - e marca! Bahia 1 a 0. A partir daí foi só sofrimento e Marcelo mais uma vez salvou a pátria. No fim, o time segurou os três importantes e fundamentais pontos para se manter na Série B. O tricolor agora pega no dia 06/11, o Fortaleza, que também luta pra se manter na Série B e em seguida o Vila Nova, ambos em Pituaçu. Obrigação de fazer seis pontos e se afastar de vez do Z4. Com a derrota do América de Natal para o Bragantino, o tricolor deixa a zona de rebaixamento e ao menos até o final desta rodada, não corre o risco de voltar.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A melhor defesa


Sim, também fui um dos acreditaram no fracasso do Campeonato por pontos corridos. "Isso não vai dar certo. Vai desanimar o torcedor, vai perder em emoção." No começo até parecia assim, o Cruzeiro disparou e ganhou com os dois pés nas costas em 2003. Mas depois disso, como todo torcedor e amantes do futebol nacional fui me acostumando a esta que se não pode ser considerada a mais justa - até porque concordo que não existe injustiça no mata-mata - é a que mais contribuiu para o planejamento e crescimento dos clubes fora dos quatro linhas. Quem ama futebol não pode torcer contra isso. Contra fatos não há argumentos, quem planeja colhe, quem não se acostumou, ou faz questão de se manter na era paleolítica, paga o preço - vide o Bahia que disputou três campeonatos por pontos corridos (Série A em 2003 e B em 2008 e 2009) e caminha para o segundo rebaixamento.

O campeonato por pontos corridos não deve em nada ao mata-mata. Não falta emoção, não faltam grandes jogos, a média de público é boa, enfim, argumentos existem muitos. Poderia dizer que o melhor durante o campeonato vai ser sempre premiado com o título, além de que força uma maior organização dos clubes para a formação de um elenco (que é determinante neste tipo de fórmula) - o tal planejamento, e a arbitragem, por pior que seja, não vai ter tantas interferências no resultado final da competição como teria se fosse numa decisão, no entanto hoje eu só tenho uma coisa a dizer aos que defendem o fim do campeonato por pontos corridos, observem a classificação do campeonato hoje, segunda-feira, 26 de outubro de 2009, restando sete rodadas. Se quiser faça melhor, aproveite e olhe a tabela na mesma rodada do ano passado e relembre como terminou o campeonato. Pois bem, olhe a agradeça, porque temos um dos melhores campeonatos do mundo. Mata-mata? Não, obrigado!

























Em tempo: Acabo de ler no site da ESPN Brasil uma excelente notícia sobre a polêmica pontos corridos X mata-mata. Segundo ela, fica tudo como está.Leia aqui:Globo desiste de acabar com pontos corridos, e CBF, de jogos às 19h. O bom futebol, agradece!