domingo, 28 de fevereiro de 2010

Enfim, Bahia no BaVi de Pituaçu

Mesmo com a polêmica das pragas que infestaram o gramado de Pituaçu, Bahia e Vitória foram a campo hoje para mais um BaVi. Apesar da liderança da dupla em seus respectivos grupos, a expectativa de público não era das melhores, uma vez que o Bahia não vem de boas atuações e o Vitória perdeu no meio de semana para o Corinthians de Alagoas, por 3 a 1 pela Copa do Brasil. Porém, clássico é clássico e o torcedor baiano fez sua parte, comparecendo em bom número. 19.601 torcedores foram a Pituaçu e assistiram a primeira vitória do Bahia no estádio, após a reinauguração em 2009.

O Bahia começou melhor e não deu espaços para o rival. Já aos 18 minutos do primeiro tempo, Ávine cobrou falta, Marcone desviou para o meio da área e o zagueiro Alison completou para as redes. Bahia 1 a 0. Apesar do gol tricolor, o Vitória se manteve vivo no jogo e chegou ao empate aos 27, com Schwenck, que recebeu na área e empatou. Jogadores do Bahia reclamaram de uma falta em Edilson no lance que originou o gol. O árbitro do jogo foi Arilson Bispo da Anunciação, o mesmo do polêmico Corinthians 3 x 3 Botafogo, pelo Campeonato Brasileiro de 2009.

Logo em seguida ao gol de empate, o Vitória perdeu Uéllinton, expulso após entrada violenta em Ananias, o que praticamente jogou por terra a reação rubronegra. Porém no final do primeiro tempo, Schwenck foi seguro dentro da área e Arilson Bispo da Anunciação não marcou pênalti, para ira dos jogadores e torcedores do Vitória.

Com um homem a mais, o Bahia voltou para o segundo tempo melhor, disposto a decidir o jogo e logo aos 10 chegou ao gol. Edilson, que teve atuação apagada, recebeu de Leandro e deu um bom passe para Abedi colocar o Bahia na frente.

Após o segundo gol, o Bahia se acomodou em campo, e mesmo com a vantagem numérica, poucas vezes chegou ao gol de Viáfara. A chance mais perigosa foi desperdiçada por Lima aos 40. Por parte do Vitória, muita disposição e entrega, vendendo caro a derrota para o rival, mas as chances de gol também foram poucas. Ao fim do jogo, reclamações do lado rubronegro sobre a arbitragem de Arilson Bispo da Anunciação e muita festa por parte da torcida tricolor comemorando o fim da tabu de não vencer o rival na nova casa. O estádio de Pituaçu agora será fechado para o tratamento do gramado, infestado por pragas. Segundo a Sudesb, em 20 dias o estádio já terá condições de jogo. Enquanto isso, o Bahia mandará seus jogos no estádio Antônio Carneiro, na cidade Alagoinhas, a 119 km de Salvador. Com o resultado, o Bahia garantiu a classificação antecipada para a próxima fase do Baianão 2010, o Vitória já havia conquistado a vaga na rodada anterior.

Fotos: A Tarde & Correio*

É tudo nosso!

Com a bola rolando estamos de lados opostos, após o apito final, um sorriso e um abraço, independente do resultado, esclarecem as coisas. É assim que deve ser. É dia da maior festa do futebol baiano. É dia de BaVi. Com paz, respeito, emoção e alegria. E o melhor, é tudo nosso!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O gol

A esfera desce
do espaço
veloz
ele a apara
no peito
e a pára
no ar
depois
com o joelho
a dispõe a meia altura
onde
iluminada
a esfera
espera
o chute que
num relâmpago
a dispara
na direção
do nosso
coração.
Ferreira Gullar

Quase tudo como antes, no Quartel de Abrantes

Só mesmo com um dos mais queridos ditados baianos pra voltar à ativa. Após 22 dias, o Receptáculo volta a acompanhar os quiproquós esportivos, com destaque para o Baianão 2010, que segue da mesma forma. O Vitória lidera seu grupo com folga e joga o suficiente para manter-se com sobras na ponta. Já o Bahia, segue sem convencer, jogando pouco, mas liderando, o que mostra o nível sonolento do Baianão 2010.

Domingo tem Bavi, logo a semana é especial e o Receptáculo volta a cena para acompanhar tudo bem de perto. De quebra, a "nova volta" marca também um nova era no blog. A partir desta postagem, o amigo leitor encontrará por aqui textos futebolísticos literários. Alguns tirados do divertido livro "Os donos da Bola" organizado por Eduardo Coelho e outros encontrados no mundão da web. Além textos que vão dialogar com o prototipo de livro que apresentarei como trabalho de conclusão de curso em julho na universidade, sobre a violência praticada pelas torcidas organizadas de futebol na Bahia.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Dia de Feira

O Bahia conseguiu neste domingo escrever mais um capítulo inacreditável na sua história de recentes desgraças. Perdeu em casa por 5 a 3, para o recém regresso a primeira divisão do estadual, Bahia de Feira. Deve-se louvar a boa partida do time do interior, mas certas coisas não dá pra aceitar. Não dá pra aceitar o Bahia agonizando nas mãos de um presidente que entende bulhufas de futebol e só tem o cargo, porque junto a seus pares decidiu não entregar o já roído osso.

Não dá pra aceitar a mesma falta de planejamento se repetindo ano após ano. Podem achar que ainda é muito cedo e que o time ainda vai crescer na competição, mas não vencer há três rodadas no estadual com times de nível técnico muito baixo é no mínimo muito preocupante.

Neste domingo, apenas 4.742 torcedores foram a Pituaçu para a alardeada estreia de Edilson que começou no banco. Um público pífio para uma torcida que não precisa provar sua paixão, mas os números representam muito bem a atual situação do clube. As promessas não são cumpridas, o planejamento nunca é colocado em prática e o Bahia segue em um poço sem fim.

A imprensa (como sempre) já começa a culpar Renato Gaúcho. Creio que Renato tem sua parcela de culpa neste time ridículo montado para o estadual, afinal o péssimo Rafael, Abedi e Matheus por exemplo, são indicações do próprio Renato, seus homens de confiança e que em poucos dias já mostraram que se depender deles, o futuro tricolor será tenebroso. Isso sem falar que em campo, a falta de tática é visível, o time joga como um bando. A expectativa é que cheguem mais reforços (e de qualidade!), uma vez que este elenco analisado individualmente, peça por peça, é minha opinião, um dos piores já montados nos últimos anos da recente história de insucessos do Bahia.

O superintendente de futebol Elizeu Godoy anunciou uma reunião para esta segunda no Fazendão e disse que "vai mudar tudo." Elizeu é um ídolo, uma grande figura, muito querida pela torcida, e também um dos maiores críticos da gestão que se diz atual, mas é uma continuação das outras, tão ruins quanto. No entanto, desde que aceitou a proposta de trabalhar no clube do coração soube que estaria colocando a cara para bater. Admiro como ídolo e exemplo fora do campo que sempre foi, mas não posso admitir que não exista algo de muito errado, para que após cinco rodadas do estadual, um superintendente de futebol declare que vai mudar tudo - obviamente que cumprindo ordens de seu superior, o presidente. O que vai mudar? E porque cinco rodadas após o começo do campeonato? Não poderia ter sido feito antes? E o planejamento - se é que isso existe no Fazendão - feito antes da temporada? As respostas teremos na segunda pós feira e quem sabe algumas laranjas podres já podem começar a ficar pelo caminho. A maior delas, recebeu um recado durante o jogo, numa faixa levada por torcedores. Que ela sirva de inspiração neste ano. Não custa lembrar que outubro é logo ali.