domingo, 29 de agosto de 2010

A estrela de Jael


Equilíbrio. Palavra usada para definir a atual série B. Após a 17ª rodada, apenas três pontos separam o vice-líder do oitavo colocado. E então, velhos clichês do futebol são evocados, afinal em situações como está, vence quem erra menos e um detalhe pode definir o jogo.

No embate entre Portuguesa e Bahia, o detalhe tinha nome: Jael. O Bahia embalado pela goleada diante do América-MG, na rodada anterior, fez no Canindé uma das suas melhores partidas nesta série B. Ainda contando com certa desconfiança do torcedor, Márcio Araújo armou bem o time, acertou nas alterações e quando precisou contou com a estrela de Jael. O atacante marcou um hat trick e foi fundamental para a vitória de 4 a 2.

No primeiro tempo, Bahia e Portuguesa fizeram um jogo equilibrado, com boas chances para as duas equipes. A Lusa saiu na frente, mas o Bahia empatou logo em seguida e começou a tomar as rédeas do jogo. Mas foi no intervalo que Márcio Araújo mudou a partida.

O treinador sacou o garoto Vander e colocou em campo o atacante Adriano. Com pouco mais de um minuto de bola rolando, o atacante sofreu pênalti de Domingos, que ainda foi expulso. Com o gol de Jael e um a mais em campo, o Bahia se tornou o dono do jogo. Jael fez mais um, mas o time baiano abusou de perder gols.

O domínio tricolor só acabou após o segundo gol da Lusa, que voltou ao jogo, mesmo com um homem a menos. Mais uma vez equilibrada, a partida começou a se transformar em drama para o Bahia com a expulsão do zagueiro Alison. Com dez para cada lado, foi o time do Canindé quem passou a dominar a partida e o Bahia que tinha o jogo nas mãos, passou a correr riscos. Até que Morais achou Jael livre em um contra golpe rápido e serviu o companheiro que de longe fez o seu terceiro no jogo e tratou de confirmar a merecida vitória baiana.

Morais, por sinal, parece que aos poucos vai encontrando o seu bom futebol. Mais uma vez fez o que se espera de um camisa 10, atacando, distribuindo bem a bola e inclusive ajudando na marcação.

A importante vitória diante de um adversário direto na briga pelo acesso deve dar uma moral extra ao tricolor, mas em dois dias será preciso repetir a mesma determinação contra o Santo André. Apesar da derrota, a Lusa se mantém próxima ao G4, na briga pelo acesso.

Diante de tanto equilíbrio na série B versão 2010, o brilho de estrelas como a de Jael na tarde de hoje serão mais do que fundamentais para o sucesso.


Publicado também no blog do Lédio Carmona: A estrela de Jael

Ganha gordura. Perde gordura



domingo, 22 de agosto de 2010

Pra ganhar moral

sábado, 21 de agosto de 2010

O Bahia e seus fantasmas

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Em muitos momentos, a história recente de insucessos e decepções parece pesar sobre os “ombros” do Bahia. É como se a todo instante, o clube tivesse que lutar contra seus medos. E nesta história de enfrentar os fantasmas, nenhum adversário é tão assustador quanto o Brasiliense. Na última vez em que o time baiano chegou perto de voltar à Série A, de onde está longe desde 2003, há 7 anos, perdeu para o time candango na última rodada do quadrangular final da série B. Por mais que o tempo passe, aquele sábado ensolarado e de lágrimas na Fonte Nova continua a doer, como um leite derramado sempre com mais alguma gota a oferecer. Após mais um insucesso diante do Brasiliense, desta vez em Pituaçu, o Bahia mais uma vez esteve diante de seus traumas, e não só o time do planalto central.

O time que empatou a partida nos últimos minutos e após uma falha do goleiro Eduardo, foi o retrato de um Bahia dos últimos anos, sem brilho. Assim como em outras ocasiões, não faltou vontade de vencer, mas faltaram peças que levassem à vitória. Apesar da desconfiança e dos já presentes gritos de “burro”, Márcio Araújo, que ainda nem esquentou seu lugar no banco de reservas, pouca (quase nenhuma) culpa tem.

Por outro lado, é preciso urgência nas ações. O time precisa de um padrão de jogo, em muitos momentos parecia um bando em campo. A zaga que outrora sempre passou muita confiança, agora assusta. O camisa 10 com salário de série A pouco faz e o goleador mostra que o faro já não é o mesmo. Os gesto obscenos e irresponsáveis do meia Rogerinho em direção à torcida e o protesto desta contra a atual diretoria, só trouxeram de volta à tona os velhos medos, fantasmas, problemas. A maré de equívocos do Bahia não é nova, e começa bem longe dos gramados, mas é preciso enfrentar a tormenta, afinal não há medo que resista a um bom divã.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

As sanções para o apequenar-se

domingo, 15 de agosto de 2010

A noite dos meninos do Barradão

11 dias após se enfrentarem no mesmo Barradão para decidir a Copa do Brasil, Santos e Vitória estiveram mais uma vez frente a frente. O time de Dorival Júnior, já sem Robinho e André, e ainda com os desfalques de Neymar e Wesley não conseguiu brilhar em campo. Único responsável pela criação no meio, Paulo Henrique Ganso sofreu com a forte marcação rubronegra. Para piorar, o time de Dorival Júnior parecia muito nervoso em campo. Do outro lado, um Vitória bem armado por Toninho Cecílio, que colocou Elkeson na armação para promover a entrada do jovem Henrique no ataque.

E foi justamente em uma jogada envolvendo os dois garotos que o Vitória chegou ao primeiro gol. Elkeson fez boa jogada próximo à linha de fundo e cruzou para Henrique marcar. O segundo gol foi marcado pelo zagueiro Wallace. Os santistas reclamaram muito de um suposto impedimento no lance, o que não aconteceu. A vantagem deixou um Vitória mais relaxado em campo e então PH Ganso encontrou um pequeno espaço para jogar, e assim criou a jogada que originou o primeiro gol santista. Após um belo chute do camisa 10 de fora da área, Marcel aproveitou o rebote e diminuiu.

O vacilo serviu de exemplo e a marcação em PH Ganso voltou a ser dura, com Ricardo Conceição sempre tendo a companhia de mais um ou dois na busca ao craque santista. Mas antes do término do primeiro tempo, o Vitória voltou a usar a velocidade dos seus garotos sob a batuta do veterano capitão Ramon. Desta forma, o time chegou ao terceiro gol. Após boa troca de passes em um rápido contra golpe, assistência do lateral Eduardo e conclusão certeira de Henrique. O garoto revelado no Morumbi mostrou o seu valor, dando mostras de que pode cavar uma vaga no time titular em um elenco que ainda conta com experientes Schwenck, Júnior e Kleber Pereira.

No segundo tempo, Dorival mudou o time e o Santos ganhou em qualidade. Com a saída de Rodriguinho para a entrada de Marquinhos, PH Ganso ganhou companhia na armação e o time da Vila se soltou. Madson foi outro que entrou em campo para ajudar na saída para o ataque com velocidade. As mudanças deram resultado e o time melhorou. Aos 22, Madson fez um belo lançamento para uma conclusão perfeita de Zé Eduardo. Mas o futebol empolgante do campeão da Copa do Brasil não resistiu a uma falha boba na defesa. Edu Dracena colocou a mão na bola dentro da área, e como já tinha cartão amarelo, foi expulso. Schwenck cobrou o pênalti e marcou o quarto do Vitória, que com um homem a mais e dois gols de vantagem freou a reação santista. Marquinhos ainda foi expulso por reclamação – o jogador alegou que reclamou com um companheiro de equipe, mas o árbitro entendeu que a reclamação era com ele.

No fim, muita satisfação por parte dos jogadores com a segunda vitória e os 100% de aproveitamento de Toninho Cecílio. Na noite em que os baianos se despediram do ex-presidente do clube, Márcio MonteAlegre, idealizador do projeto do estádio rubronegro ainda anos 70, e que faleceu no sábado, o torcedor pode fazer a festa no seu santuário. O Manoel Barradas há muito deixou de ser um sonho para se tornar uma grande realidade, celebrando mais um triunfo dos “meninos” do Barradão.


Derrota e lembranças

Campeões da Série A nos anos 80, Coritiba e Bahia se enfrentaram na Arena Joinville, na partida que marcou a volta do Coxa à liderança da Série B, depois de perdê-la provisoriamente na sexta-feira.

O Coritiba foi superior ao Bahia na maior parte do jogo, mas encontrou dificuldades para transformar o domínio em gols. Comandado pelos velozes Rafinha, Dudu e Marcos Aurélio, o Coxa se impôs em campo, mas o Bahia jogando com três volantes conseguiu, pelo menos no primeiro tempo, segurar o ímpeto verde e branco.

O Bahia do estreante Márcio Araújo, havia atuado na maioria das partidas sob comando de Renato Gaúcho com cinco homens no meio de campo e apenas Rodrigo Gral na frente, o que não aconteceu na partida no meio de semana que marcou a despedida de Renato, porque Rogerinho estava suspenso. No entanto, apesar do meio estar à disposição, Márcio Araújo preferiu manter o time com três volantes e apenas Morais na criação, o que não foi suficiente para abastecer a dupla de ataque Jael e Gral.

No segundo tempo o Coxa voltou ainda melhor, Ney Franco corrigiu o posicionamento e o líder da série B voltou com uma nova postura. O lateral Capixaba passou a aparecer mais na partida carregando o Coritiba pelo lado direito. Sem criação, o Bahia só se defendia e contava com as boas defesas do goleiro Renê. Mas ao 11 minutos, Marcos Aurélio cobrando falta fez o primeiro gol da partida. Quatro minutos depois, Betinho após uma falha bizarra do zagueiro tricolor Alison, marcou o segundo dos paranaenses e deu números finais à partida.

O Coritiba diminuiu o ritmo e o Bahia até criou algumas chances, mas sem muito esforço o time de Ney Franco voltou a ter o domínio do jogo e teve oportunidades para aumentar o placar. No fim, mais três pontos e uma merecida liderança. Na arquibancada um garotinho beijava orgulho a sua camisa do Coxa, mostrando que passo a passo, Ney Franco vai devolvendo o orgulho e a alegria ao apaixonado torcedor do clube do Alto da Glória, confirmando o bom trabalho para recolocar o campeão brasileiro de 85 no seu devido lugar.

Ao Bahia fica a sensação de que é preciso ser mais ousado. A derrota diante de uma das grandes forças da competição é um resultado aceitável, mas não a falta de objetividade com que o time atuou a maior parte do jogo. De bonito no tricolor baiano que entrou em campo só mesmo a camisa retrô comemorativa que faz alusão ao primeiro título nacional do clube: a Taça Brasil de 1959. Foi primeira vez que o Bahia utilizou uma camisa como uniforme em jogo oficial. Que nas próximas oportunidades, ela tenha um melhor uso e possa servir como inspiração.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O escolhido

Márcio Araújo é o novo técnico do Bahia. Creio não ter muito o que comentar sobre o treinador. Os últimos trabalhos não agradaram a ninguém e sinceramente creio que entre as possibilidades existentes, Márcio foi a pior escolha. No entanto, o importante é que tenha sorte e competência para corrigir os erros e tocar o barco tricolor rumo ao seu devido lugar.

SULAMERICANA: Uma vitória para voltar a sorrir

Não há tempo para lamentações. É preciso voltar a vencer. A sorrir. O Vitória tem condições de voltar a ter alegrias neste segundo semestre. Se no Brasileiro não dá para pensar em título, ainda é tempo suficiente de pensar em uma campanha digna do tamanha do clube. Mas na Sul-Americana sim, competição de tiro curto, sistema mata-mata, onde o já mostrou neste ano, a sua força. Por isso, a Vitória diante do Palmeiras na noite de ontem, foi um primeiro bom passo. A volta será dura em São Paulo, mas a vantagem conquistada é excelente. A lamentar, o pequeno público no Barradão. A festejar, a boa partida de Ramon Menezes muito criticado por parte da torcida após a decisão da Copa do Brasil e a estreia com pé direito de Toninho Cecílio.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Na noite do adeus, mais três pontos



No jogo que marcou a despedida de Renato Gaúcho do Bahia, o tricolor baiano não teve vida fácil diante do Paraná, em Pituaçu, mas na hora certa soube impor seu ritmo, aproveitou as oportunidades e se virou como deu no momento em que foi pressionado, vencendo o jogo por 2 a 1. O Bahia desta noite foi bem a cara de Renato, time que em muitas vezes demonstra uma inconstância e queda de rendimento surpreendente, mas que quando encaixa bem, cria boas jogadas e deixa os torcedores empolgados.

Na partida desta terça, o Bahia começou melhor, no entanto parecia ansioso demais nos momentos de definição. Mas não demorou muito e o time chegou ao gol. Após uma bela jogada envolvendo Ávine, Jael, Rodrigo Gral e Morais, este último acertou um bonito voleio marcando o primeiro gol do jogo. O meia revelado pelo Vasco fez na despedida do amigo e comandante, uma das suas melhores partidas desde que chegou na Bahia.

No segundo tempo, o Bahia criou boas chances nos minutos iniciais, reclamou de um pênalti não marcado em Fábio Bahia, mas conseguiu outro logo em seguida, sofrido por Jael. O atacante que jogou pela primeira vez como titular nesta Série B, pediu para bater. Rodrigo Gral, cobrador oficial, aceitou o pedido e Jael marcou o segundo do Bahia. Após ampliar o placar, o Bahia acabou relaxando e em um lance de desatenção, Alessandro Lopes diminuiu para os paranaenses. No final, o Paraná chegou a sufocar o Bahia, deixando apreensivos os 11.596 torcedores que compareceram ao estádio de Pituaçu, mas o tricolor baiano manteve o resultado e chegou aos 23 pontos na tabela, ocupando a 6ª posição.


Ao fim, muito sereno, Renato Gaúcho agradeceu a oportunidade de treinar o Bahia, destacando o carinho da torcida, que no primeiro momento se mostrou desconfiada, mas que depois apoiou intensamente. Nos 40 jogos em que comandou o Bahia, Renato obteve 24 vitórias, oito empates e oito derrotas, resultando em um aproveitamento que chega perto dos 70%.

Após oito meses de trabalho, Renato deixa o Bahia, sem mágoas, sem feridas, mas com certeza mais experiente. A caminhada foi dura, foi questionado e chegou a ver o cargo ameaçado. Não deixou de lado velhas manias, como as críticas à arbitragem. Ainda na disputada do Baianão, pagou do próprio bolso contas de um clube que insiste em desperdiçar a grandeza que tem. Acreditou em velhas promessas, como Ávine, Marcone e Ananias, que sob o seu comando voltaram a ter atuações convincentes. Apostou em Morais, mas não desprezou o talento do garoto Vander, jóia mais valiosa revelada pela base tricolor em 2010. Por esses e outros motivos, a passagem de Renato pelo Bahia pode ter feito tão bem a ele quanto ao clube que precisa retomar o caminho das vitórias. Que Renato tenha sucesso no Grêmio e que o novo treinador do Bahia, saiba aproveitar a casa bem arrumada, corrija os erros e mantenha o tricolor baiano no rumo que neste momento aparenta ser o mais certo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Poderia ser diferente

Há cinco dias, Ricardo Silva poderia ser o responsável por dar ao Vitória o seu primeiro título nacional, mas fracassou. O título não veio, no entanto o Vitória que deixou o campo após vencer o Santos por 2 a 1 na última quarta-feira, mostrou a força de um gigante que dentro de campo é hoje o principal clube da região nordeste. Ricardo Silva levou o Vitória ao segundo tetracampeonato estadual da sua história e colocou o clube de volta em uma decisão de campeonato nacional, após 17 anos, mas nada disso foi suficiente para se manter no cargo. Menos de uma semana após decidir a Copa do Brasil, a diretoria do Vitória decidiu afastar Ricardo do comando do time e contratar Toninho Cecílio, que deixa o Prudente.

No Campeonato Brasileiro foram três vitórias, cinco empates e cinco derrotas. O fato é que Ricardo, assim como o xará Gomes, que até semana passada dirigiu o São Paulo, nunca foi unanimidade no clube. Em março deste ano, Paulo César Carpegianni, que já havia dirigido o clube no ano passado, chegou a acertar as bases salariais com a diretoria do Vitória, mas acabou desistindo do acerto.

O time que continuará a disputa do Campeonato Brasileiro será muito mais forte do que terminou a Copa do Brasil cheio de desfalques e sem peças de reposição. Bons reforços já chegaram. Depois dos ex-atleticanos Evandro e Renan Oliveira, Thiago Humberto, o lateral Eduardo, o jovem Henrique e o atacante Kleber Pereira também reforçam o grupo.

A diretoria do Vitória tomou uma decisão que neste momento parece equivocada e sem levar em conta o que foi feito por Ricardo na atual temporada. Nada muito incomum no mundo do futebol, mas que diante das circunstâncias se mostra triste. Ricardo tem uma identificação com o futebol baiano, como jogador vestiu a camisa do Bahia, mas foi na Toca do Leão que ganhou a grande chance e não decepcionou. Não conquistou a sonhada primeira estrela, mas ainda assim fez história. A vida segue no Barradão, Toninho Cecílio chega e que tenha sorte, mas é impossível não pensar que com Ricardo tudo poderia ser diferente.

Gol, expulsão, sufoco e derrota rubronegra

zevitoriaPor Lédio Carmona

Tensão em São Januário. Carlos Alberto acabara de ser expulso, bem no fim do primeiro tempo. Torcedores nervosos. No Twitter, sou obrigado a ler um mapa de impropérios, por ter concordado com a decisão do árbitro, alvo de deboche do jogador após levar o primeiro amarelo. O Vasco vencia o Vitória por 1 a 0, primeiro gol de Zé Roberto com a camisa do clube, após a primeira subida de Rafael Carioca, e o primeiro cruzamento do garoto Max entre os marmanjos. Mas a atmosfera era pesada. Até que Paulo Cesar Gusmão volta do vestiário e, ao microfone de Janaína Xavier, do PFC, dá a receita do que o time deveria fazer no segundo tempo. “Nós jogamos no primeiro tempo. Agora teremos que lutar. Teremos perdas técnica, mas é hora da entrega”.

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Foto de Marcelo Sadio

E foi o que aconteceu. O Vitória atacando, mas com o grave erro de ter volume de jogo, ficar dentro do campo vascaíno. A questão era a crise criativa, que praticamente não deixou que esse domínio resultasse em chances claras, quanto mais em gols. E o Vasco se matando, com seus jogadores se defendendo como podiam, apertando a marcação, se jogando na direção da bola e entusiasmando os torcedores, encantados com a bravura de um grupo que, na adversidade, lembrou o Vasco raçudo dos anos 70.

vasco x Vitoria

Foto de Marcelo Sadio

No papel, o Vasco melhorou muito. No primeiro tempo, teve tabalho com o Vitória, mas mostrou boa movimentação no ataque, com Zé Roberto e Carlos Alberto (até a hora da infantilidade), Felipe foi bem até não ter mais fôlego e os laterais, Fagner e Max, jogaram muito bem. O time ainda não brilhou em campo, mas soma pontos e recuperou o apoio da arquibancada. Que deve comemorar, sim, os três pontos. Ganhar do Vitória é difícil à beça, esse clube baiano, vice da Copa do Brasil, ainda crescerá mais e tem tudo para subir na tabela. Mas ontem vacilou e perdeu a chance de voltar para Salvador com pelo menos um pontinho na bagagem.

Mais 3

O Bahia venceu o ASA neste sábado (7) por 1 a 0, gol marcado pelo zagueiro Alison. O jogo foi bem disputado e as duas equipes criaram pouco, mas as chances que apareceram foram boas, ainda que desperdiçadas. O goleiro Renê fez boas defesas e mostrou segurança, enquanto o Bahia levava perigo ao gol do goleiro revelado no Vitória, Paulo Musse, nos contra golpes rápidos. O gol saiu no final do primeiro tempo, após falta batida por Rogerinho, Alison marcou.

No segundo tempo, o ASA partiu para cima do Bahia, que se defendeu de todas as formas. O goleiro Renê foi o grande nome do Bahia nesta etapa, fazendo importantes defesas que seguraram o resultado. No fim, o Bahia manteve o resultado e chegou a 20 pontos, na 7ª colocação, três atrás da Portuguesa, quarta colocada. O Tricolor volta a campo na próxima terça-feira (10) em Pituaçu, quando enfrenta o Paraná.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dois gigantes, um campeão

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Lédio Carmona

Daqui a alguns anos, o torcedor do Santos olhará para o poster de campeão da Copa do Brasil, em 2010, e recordará a campanha do Peixe. Na finalíssima, derrota para o Vitória por 2 a 1, num emocionante, apaixonante e vibrante caldeirão do Barradão, lotado por quase 40 mil rubro-negros baianos. Um mais apressado dirá:

- Mas foi campeão perdendo! Isso é feio!

Grande bobagem. Até porque seria impossível vencer o Vitória na noite histórica do Barradão. Os baianos jogaram no limite. Com garra, luta, estratégia, técnica e respeito ao torcedor. Como sempre foi muito difícil acreditar, desde o início da Copa do Brasil, que alguém teria força suficiente para desbancar esse enfeitiçado Santos, modelo 2010.

São duas histórias. A primeira, a da campanha. Ninguém foi melhor do que o Santos, nem mesmo o Vitória, que também fez uma trajetória exuberante na competição. A segunda, a da finalíssima. E nessa o clube baiano foi melhor do que o adversário. E o detalhe, aquele detalhe alguns ainda acham irrelevante, fez a diferença. Um gol, o de Edu Dracena, levou a Copa do Brasil pela primeira vez para a Vila Belmiro. Gol fora de casa. Esse é oregulamentoO Santos fez dois em casa e não levou nenhum. O Vitória fez dois em casa, mas tomou um. Aí foi a diferença. A grande diferença. O mais decisivo entre todos os detalhes.

santos3Mas como não reverenciar esse Santos, campeão da Copa do Brasil e que, em oito anos, ganhou três títulos nacionais (dois do Brasileiro) e três estaduais. Como não reconhecer o peso de um jogador, Robinho, que, por mais que seja demorado seu amadurecimento, nasceu para jogar na Vila Belmiro? Como não se curvar a um time todo de branco, atrevido, às vezes meio inconsequente, mas que goleou por 10 a 0, por 4 a 0, por 8 a 1 e que, no limite, superou adversidades contra obstinados Atlético Mineiro e Grêmio?

santossUm Santos que não foi brilhante no Barradão, mas que tinha na bagagem 39 gols em 11 partidas, numa média de 3,5 gols por jogo nessa Copa do Brasil. Um time que não foi tão estupendo como de costume em Salvador, mas que tem o peso de um campeão de verdade. Afinal, tem Arouca (melhor em campo, um monstro!), Wesley, Ganso, André (mais um jogo ruim), Neymar e Robinho, com Marquinhos no banco, sempre tem muita chance e estofo de ser campeão. Fora o comando firme, a cada dia mais de grife e vencedor, de Dorival Junior. Um Santos que ganhou tudo até agora em 2010 e que, apesar de alguns escorregadas, tem a marca do brilhantismo na temporada.

santos1O Santos não foi estupendo no Barradão porque esse adjetivo ontem foi do Vitória. Parabéns aos torcedores, que incentivaram, comandaram os gritos das aqruibancadas e jamais passaram do ponto e do limite da civilidade. Aplausos à diretoria baiana, que organizou o evento e recebeu uma decisão sem nenhum incidente. Méritos para o treinador Ricardo Silva, que atacou no limite, chegou a deixar cinco atacantes em campo, e não deu espaços na defesa. E nosso respeito aos jogadores que, mostraram empenho, força, preparo físico para encarar uma missão que teria de ser Erro Zero, não conseguiram cumpri-la totalmente, mas venceram a partida e saíram de campo reverenciados pelos torcedores.

Uma grande final de Copa do Brasil. Um grande campeão, o Santos. E que, diante da força e do poder de reação do adversário, o Vitória, deve olhar o tal poster, daqui a 20 anos, e recordar o quanto foi difícil ganhar esse título no Caldeirão do Barradão.

domingo, 1 de agosto de 2010

Chuva, Jobson e o pensamento na quarta-feira


O Vitória foi a campo neste domingo contra o Botafogo com apenas quatro titulares, poupando o time para as finais da Copa do Brasil. Quem se aproveitou da situação foi o Glorioso, que conseguiu no Barradão a sua terceira vitória no campeonato e segunda fora de casa.

O primeiro tempo foi prejudicado pelo péssimo estado do gramado, muito castigado devido às fortes chuvas que caíram neste final de semana em Salvador. Se o Vitória poupava os titulares, o Botafogo colocava em campo o que tinha de melhor, inclusive com a reestréia de Maicosuel.

Apesar do time reserva, o Vitória foi quem mais criou na etapa inicial. O Botafogo sofreu com uma nítida falta de entrosamento do Mago, que fez uma estreia discreta, com os demais homens de frente e pouco criou.

Já no segundo tempo, a partida melhorou e os minutos iniciais já demonstravam que o jogo ganharia em qualidade. O Vitória criou boas chances pelo lado esquerdo com uma boa atuação de Egídio, apagando a péssima atuação contra o Santos na Vila Belmiro. No meio campo Ricardo Conceição comandava a blitz rubronegra que parecia cada vez mais perto do gol. O atacante Júnior, que será titular diante do Santos, na próxima quarta-feira, desperdiçou uma boa oportunidade de abriu o placar.

E quando o Vitória parecia dominar a partida, brilhou a Estrela Solitária. Restando 10 minutos para o fim da partida, Jobson recebeu, passou por três adversários e achou Edno na marca do pênalti para bater rasteiro e sem chances para Viáfara. Botafogo 1 a 0. Mas já na saída de bola, Renato fez uma bela arrancada e cruzou para Júnior e cabeça deixar tudo igual. E sem tempo para respirar o Botafogo deu o trocou, também na saída de bola. Após boa jogada de Marcelo Matos e cruzamento na área, Jobson desviou para as redes. Botafogo 2 a 1.

Em desvantagem no placar, o Vitória partiu para o empate de forma desesperada, mas terminou sofrendo o terceiro. Jobson, destaque do jogo, partiu para cima da marcação, gingou na frente da defesa e acertou um belo chute no gol do colombiano Viáfara, definindo o placar do jogo. Final, Botafogo 3 a 1.

Os botafoguenses que foram ao Barradão, debaixo de chuva, na expectativa de assistir à reestréia do Mago Maicosuel, ficaram felizes com a atuação de gala do garoto Jobson, que teve o dedo de Joel Santana. Já o Vitória, apesar de não satisfeito com o resultado, sabe que joga a vida na quarta-feira diante do Santos, onde terá que mostrar toda a força do fator Barradão e só depois voltar a concentrar as forças no Campeonato Brasileiro. A tarefa é árdua, mas possível.

A velha inconstância

Nos últimos anos, o Figueirense tornou-se uma verdadeira pedra no sapato do Bahia. Responsável pela demissão do técnico Alexandre Gallo, na série B de 2009, após vencer o Bahia por 2 a 1 em Pituaçu, o time catarinense voltou a se postar muito bem diante do tricolor baiano e por muito pouco não deixou Salvador com três pontos.

Logo no começo do jogo, o Figueira perdeu um gol daqueles que é praticamente impossível de perder. Mas não demorou muito pra fazer 1 a 0, com Willian, depois de uma falha tosca de Bebeto. O lateral que voltou ao time titular após jogar quase toda temporada no time de baixo, fez uma péssima partida e dificilmente deve voltar a ser aproveitado. O certo é que o Bahia conseguiu um pênalti sofrido por Ananias, e que sinceramente eu não marcaria. Rodrigo Gral bateu bem e deixou tudo igual. Após o gol, o Bahia melhorou e poderia ter chegado à virada ainda nos minutos finais do primeiro tempo.

No segundo tempo, Renato Gaúcho colocou o time pra cima. Tirou Bebeto e colocou o atacante Jael. E foi ele mesmo quem foi derrubado na área. Pênalti. Gral de novo na bola. O artilheiro tricolor bateu mal. Wilson quase pegou, mas a bola molhada terminou entrando. Com a ajuda da Chuva, o Bahia passou à frente do placar. No entanto, voltou a assistir o Figueira jogar. O time catarinense criou diversas chances, perdendo algumas incríveis com o velho conhecido da torcida do Bahia, Marcelo Nicácio.

Por sinal, o Figueira do técnico Márcio Goiano deixou uma excelente impressão e depois de ter batido na trave em 2009, me parece com boas chances de terminar o campeonato entre os quatro que conseguirão o acesso à Série A. Mas o esforço do Figueirense foi recompensado aos 35 do segundo tempo, após uma falta, quando a bola bateu na barreira e sobrou para o estreante Reinaldo (ex-Flamengo e Botafogo) empatar o jogo. Final Bahia 2x2 Figueirense. O tricolor volta a campo no próximo sábado contra o ASA em Arapiraca.

A inconstância do Bahia continua fazendo do time uma incógnita. Não parece confiável, mas tem um grupo que não deve nada a nenhum outro adversário na série B. É preciso trabalhar e corrigir os erros. Ainda há tempo de acertar, caso contrário o castigo já é conhecido.