segunda-feira, 25 de abril de 2011

O Ba-Vi da justiça em 110 segundos


O ponteiro do relógio que marca os minutos não havia concluído a sua segunda volta quando Geovanni, de falta, definiu o marcador do Ba-Vi para o Vitória. O belíssimo gol do experiente atacante rubro-negro, marcado a 1 minuto e 50 segundos, colocou o Leão da Barra em vantagem no placar antes que fosse possível fazer qualquer tipo de leitura da partida. No entanto, o gol Rubro-negro fez justiça a distintas campanhas.

O futebol, quase nunca, costuma ser justo, mas neste domingo de Páscoa, os deuses do futebol resolveram presentear o melhor time da competição com mais esta vantagem. O Bahia da irregularidade precisaria correr atrás do placar desde muito cedo. E então o que de fato se viu foram duas equipes muito diferentes.

Os meninos de Antônio Lopes mostraram uma postura de gente grande. Como durante todo o campeonato, os jogadores que entraram em campo tinham o espírito de grandeza do Rubro-negro baiano, diferente dos jogadores que vestiam a camisa do Bahia. Ainda sem muita culpa no cartório, René Simões sabe que terá muito trabalho para organizar o Tricolor e fazer deste grupo um verdadeiro representante das cores do clube duas vezes campeão nacional.

O clássico deste domingo pecou no nível técnico. Mas presentou quem mais demonstrou vontade de vencer. Tão nervoso quanto na última quarta-feira, quando foi goleado pelo Furacão, pela Copa do Brasil, o Bahia entrou no clássico sem atitude. O Vitória mostrou erros que não havia demonstrado ao longo da competição, mas como bem definiu Antônio Lopes, venceu o Ba-Vi na base do equilíbrio e da superação.

Ao Bahia restou o quase. Após perder Helder, expulso, na etapa final, o Tricolor até passou a levar perigo ao gol de Viáfara. No entanto, a atitude mostrada em uma pequena parte do segundo tempo, transformou-se em cansaço nos minutos finais e resumiu-se em muito pouco para quem depois de 10 anos sem taça pretende conquistar um Campeonato Baiano. E menos ainda para quem após sete anos voltará a disputar uma Série A, que começa em menos de 30 dias. É preciso correr contra o tempo. O lateral Ávine, que sem jogar há dois meses, foi para o clássico, era o retrato do time Tricolor. Sem forças, abatido e a espera do apito final.

Coroado com o triunfo, o time de Lopes ainda não passa confiança suficiente para encarar um complicada Série B, mas dá provas de que no estadual está um nível acima dos demais. No entanto, a batalha ainda não acabou e o Vitória precisará diante de sua torcida, no Barradão, confirmar o status de melhor da competição, para em seguida fazer a final contra um dos representantes do interior que disputam a outra semifinal. O Vitória pode até perder por um gol de diferença, que, ainda assim, estará garantido na decisão do Campeonato Baiano.

Na outra semifinal, o Bahia de Feira de Santana venceu o Serrano, de Vitória da Conquista, por 2 a 1, jogando fora de casa e, assim como o Vitória, ampliou ainda mais a vantagem que tinha. O time feireinse pode até perder na partida do próximo domingo, que marcará presença na final do estadual.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Baianão de um bem feitor interiorano

A segunda fase do Campeonato Baiano chegou ao fim e trouxe consigo novidades importantes para o futebol da Boa Terra. O Vitória sobrou no seu grupo e alcançou a marca de 10 jogos sem perder na competição, com 9 triunfos. Enquanto isso, o Bahia dormiu no ponto e pagou pela irregularidade ao longo da competição.

Após o péssimo começo de campeonato e um turbulento trecho final de segunda fase, restou ao Tricolor a segunda colocação no seu grupo e o encontro prematuro com o maior rival já nas semifinais.

Após cinco anos, o Campeonato Baiano voltará a ser decidido sem um dos integrantes da dupla BaVi. Independente dos problemas do Bahia, o estadual de 2011 antes mesmo de chegar ao final premia o interior do estado e faz do Bahia de Feira de Santana, líder do grupo do xará da capital, um grato intruso que só benefícios trouxe ao futebol baiano.

A conquista feirense garantiu um clube do interior na decisão - o Bahia de Feira enfrenta nas semifinais o Serrano de Vitória da Conquista. Além disso, o clube deu ao estado algo que a Federação Bahiana de Futebol pleiteia há alguns anos, a terceira vaga para a Copa do Brasil. O regulamento prevê que campeão e vice do estadual se classificam automaticamente para a competição nacional do ano seguinte. Já o time da capital que sair derrotado do BaVi precoce não deve ficar ausente da Copa do Brasil 2012, uma vez que os dois clubes se encontram entre os 20 melhores clubes do país no ranking da CBF e deve ser agraciado com um convite da entidade. Além disso, caso Bahia e Bahia de Feira avancem para as finais, o campeonato será decidido no interior do estado, o que não ocorre desde 2001, ano do último título estadual do Bahia, quando o Tricolor derrotou o Juazeiro, no estádio Adauto Morais.

Enquanto ao dois BaVis, que decidirão uma vaga na grande final, a expectativa é de muito equilíbrio. O Vitória que não perde há dez partidas conhece bem a força do adversário que terá pela frente. A última derrota foi justamente para o Bahia. O Tricolor que abusou da falta de regularidade ganhou a confiança do torcedor e rapidamente a deixou escapar. Com René Simões e reforços que retornam (ou estreiam) em boa hora, o time tem de volta a chance de entrar nos trilhos. Antes tem no caminho o Atlético-PR, com quem decide vaga nas quartas de final da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, na Arena da Baixada.

Por outro lado, o time de Antônio Lopes não tem o que temer. O time foi o melhor na competição com sobras. O ataque com três homens de frente e sem um camisa 9 de ofício tornou-se a principal arma. O garoto Nikão cresceu na competição e se tornou o grande jogador do clube na temporada. E assim, sem medo de ser feliz, os garotos de Lopes terão pela frente duas batalhas épicas contra a renascida das cinzas turma de René Simões. Promessa de uma bela história a ser escrita.

O vencedor do confronto vai como favorito ao interior do estado enfrentar Bahia de Feira de Santana ou o Serrano de Vitória da Conquista, mas sabendo da força dos pequenos desbravadores de feitos históricos. A sorte está lançada e o Campeonato Baiano, que como todo estadual teve seus momentos de letargia, agora se torna um gigante em emoção. Que se faça a história.


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Milagres do Futebol