O governo já apresentou o projeto para que um novo estádio venha a surgir no local para que Salvador venha a ser uma das sedes da Copa de 2014. Uma decisão relevante ainda que não vá trazer de volta as vítimas, é que no projeto da nova Fonte será criado um memorial em homenagem aos sete mortos.
Localizada em um ponto central da capital baiana, ele permanece ali, impassível, no meio do roteiro diário de tantos baianos, inclusive o meu. Passar nas noites de quarta ou nos finais de semana pela Ladeira da Fonte e vê-la deserta é de partir o coração. No lugar onde aprendi a cultuar o futebol. O meu templo. O templo da Bahia. Onde mais de 110mil torcedores empurraram um time formado nas divisões de base contra os poderosos Fluminense e Internacional, para comandados pela elegância sutil de Bôbo conquistar o Brasileiro de 88.
Local onde assisti a minha primeira final de campeonato Brasileiro, no auge dos meus 6 anos. O surpreendente Vitória de Fito Neves contra a máquina palmeirense de Vanderlei Luxemburgo, em 93. Fonte que é da saudade, onde meu saudoso me contava das estripulias feitas por Garrincha em solo baiano ou do "quase-gol-mil" de Pelé em 69, gol este salvo pelo recém falecido Nildo Birro Doido, em cima da linha, para desespero da diretoria do Bahia.A Fonte que eu tenho na memória é aquela onde todo mundo marcava de se encontrar na estátua de Pelé na entrada do estádio. A Fonte que vai ficar eternizada é a que viu Beijoca, Douglas Franklin, Elizeu Gódoi, Baiaco, André Catimba, Osni e tantos outros craques.
A Fonte Nova que eu nunca vou esquecer é uma lotada com mais de 60 mil pessoas por jogo para assistir a fase final da Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro. Enfrentar adversários como Barras do Piauí, Coruripe de Alagoas ou Fast do Amazonas, talvez fosse motivo de vergonha para a história de algum grande clube, mas naquele palco, com uma torcida apaixonada ao redor, sem dúvida era motivo de orgulho para todos os envolvidos na disputa.
O certo é que um ano após a tragédia as marcas ainda doem. Hoje a Fonte adormece silenciosa, triste, a espera do retorno triunfal, que espero que seja breve. Hoje ela é a Fonte das recordações, é a Fonte da saudade.






Já no G4 do mal, o Naútico passa a fazer parte nesta rodada. O Timbu tem 37, assim como Vasco e Fluminense que dormirão fora da zona da degola. O Atlético do Paraná com 38 também. Fazem companhia ao Naútico, a Portuguesa com 36, o Figueirense com 35 e o Ipatinga com 31.

Após três derrotas consecutivas, o time que desacostumou o torcedor a comemorar vitórias, venceu e espantou de uma vez por todas o fantasma do rebaixamento - as chances matemáticas ainda existem, mas bem pequenas.



