Por João Eça (@balaotex)
No início, não gostava muito da música “Vamos Subir, Esquadrão”, por achar importada das torcidas do sul do Brasil, quando temos na Bahia grandes hits de axé e pagode que combinam e muito com as arquibancadas. Mas, me rendi quando vi o grito de guerra ser cantado de forma enlouquecida em bares, ônibus, praias e aeroporto. No refrão “Vamos Subir, Esquadrão”, a fisionomia dos que cantam revela uma suplica desesperada pelo fim de uma era em que a massa tricolor sofreu como jamais tinha ocorrido nos 79 anos de história do Baêa.
No início, não gostava muito da música “Vamos Subir, Esquadrão”, por achar importada das torcidas do sul do Brasil, quando temos na Bahia grandes hits de axé e pagode que combinam e muito com as arquibancadas. Mas, me rendi quando vi o grito de guerra ser cantado de forma enlouquecida em bares, ônibus, praias e aeroporto. No refrão “Vamos Subir, Esquadrão”, a fisionomia dos que cantam revela uma suplica desesperada pelo fim de uma era em que a massa tricolor sofreu como jamais tinha ocorrido nos 79 anos de história do Baêa.
Ainda lembro do choro do goleiro William Andem, no primeiro rebaixamento, em 1997. Iniciava-se o tormento. (Na verdade, a crise começou antes, mas foi anestesiada pelo gol de Raudinei, em 94.)
E os fracassos continuaram, tanto na Segundona quanto no Baiano. Tudo bem, tudo bem: o tricolor foi bicampeão do Nordeste. Mas só retornou à Série A pelo caminho vergonhoso da virada de mesa, e logo depois o castigo veio em dobro, no inferno da Terceira Divisão. Sem antes passar pelo purgatório de levar 7 a 0 do Cruzeiro e 6 a 2 do Vitória. Neste Ba-Vi, eu chorei no Barradão pela primeira vez com futebol, pensando que o Bahia fecharia as portas.
A torcida tricolor teve de engolir jejum de títulos no estadual e derrotas para Coruripe, Ananindeua, Ferroviário e outros. Sem falar em carrascos como Pantico, um dos muitos nomes diferentes que atormentaram as zagas tricolores.
Até quando o Baêa conseguiu um dos poucos momentos de glória, no retorno à Série B, o grito ficou entalado, pois a festa foi interrompida pela tragédia da Fonte Nova. E a mãe Fonte é matreira. Ela começará a ser reerguida no mesmo ano em que o filho mais chegado vai retornar ao posto dos melhores do país. Quando ficar pronta, a Nova Fonte vai querer receber no seu gramado aquele velho tricolor campeão dos campeões.
Portanto, vamos comemorar até segunda-feira e depois começar a exigir qual e quando será a próxima conquista. A massa tricolor está igual a um gordo que ficou um dia inteiro sem comer: sedenta e com uma multiplicada fome por títulos e glórias. Vencemos o Inter em 1988. Vinte e dois anos depois, parece que o Bahia parou no tempo, se compararmos com o time gaúcho bicampeão da Libertadores. Não há mais espaço para amadorismo. Com a força de uma nação como a massa tricolor, o Mundial de Clubes tem de ser logo ali. Os tricolores não aceitam menos do que isso. Né não, Marcelinho Guimarães?
* João Eça é jornalista. Este texto foi publicado primeiramente na edição do dia 14/11/2010, do jornal Massa!, do qual João Eça é repórter.
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