quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Meu texto publicado no ultimo fanzine desse semestre, o tema foi Salvador


Salvador se assim me parece, por uma critica de cinema (ou seria social?)

-CIDADE BAIXA-

Uma cidade baixa, é essa a Salvador que vemos a partir do trabalho do diretor Sergio Machado, uma cidade que não aparece nos comerciais da Bahiatursa (a estatal do cx.2), uma Salvador cheia de gente desconhecida, malandra, sensual e determinada.
Naqueles 90 minutos somos transportados para uma Salvador cheia de becos, escadarias, cortiços e ladeiras, não é difícil reconhecer lugares que de dia são perfeitamente habitáveis mas que a noite se transformam em inferninhos tão ou piores do que os mostrados no filme, porém engana-se quem pensa que essa Salvador vista pela criação de Machado é para poucos, basta um pouco de atenção e somos transportados tela a dentro, e ali estamos em casa, seja ouvindo futebol na inconfundível voz de Silvio Mendes, ou nas canções de Edson Gomes, ou do cantor apaixonado Silvano Salles(é o arrocha em Cannes!), ou ainda num mergulho na praia da rampa do mercado Modelo, e nas compras na feira de São Joaquim, tudo isso que junto ao talento de dois filhos dessa terra trouxeram d e Cannes o premio da juventude.
Machado mostrou que mesmo do Rio , onde mora atualmente não esquece do que ocorre em nossa capital, afinal enquanto a maioria da cidade dorme quantos Xanadoo(s) não funcionam por aqui (Che Night’clube, Amarelinho e etc) ou quantas das nossas meninas não entram em “barcas furadas” (literalmente) para fazerem programas em alto mar com tripulantes estrangeiros como fizeram na película a sensual Karina e suas amigas; ou quantos não resistem como o personagem Deco, e caem no mundo do crime, como o personagem Naldinho, Salvador esconde mitos, lendas, segredos.
Poderíamos facilmente apontar no filme dirigido pelo baiano e produzido pelo aclamado Walter Salles, alguns erros mas parodiando o incansável Paulo José diria que essa é a cara do cinema brasileiro porque “o Brasil faz o melhor cinema brasileiro do mundo”, no caso especifico a cara de soteropolitanos “arretados” que enchem a tela de gírias com “bróder”, “cole a sua?”, “é ninhuma” e de xavecos e palavrões impublicáveis, não sei se é uma obra prima, mas acredito que é bem elaborada, com ela quem sabe o governo da Bahiatursa(e o cx.2!?) que encheu as ruas de outdoors com “merchan” do filme(A Bahia de volta a Cannes.) ao assisti-lo possa conhecer as mazelas aqui existentes (drogas, desemprego, criminalidade, prostituição, violência e etc) e lembre-se do recado dado por um certo tucano (será que ninguém presta na política baiana?!) aspirante a prefeito, afinal Cidade Baixa também é Salvador, Palestina é Salvador, Cajazeiras é Salvador, Guamboa é Salvador, Paripe, Massaranduba, Alto do Cabrito, Calabar......

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