quinta-feira, 11 de janeiro de 2007


Baltazar saiu na rua deserta, olhou para os dois lados e seguiu. A arma ainda nas mãos.Tirou do bolso um lenço branco. Limpou com ele a arma. Caminhava. Passou em seguida o mesmo pedaço de pano sobre a testa e limpou dela gotas de sangue.Não era baixo, tampouco muito alto, tinha pele de cafuzo e traços de mulato.Era de poucas palavras e poucos sorrisos. Mas naquela noite, naquela caminhada ele sorriu. Respirou fundo e sentiu o cheiro da noite. Gostava daquele cheiro. Parou próximo a um botequim. Mesmo de fora escutou aquela que era a sua canção preferida tocando na rádio. Agora tinha lágrimas nos olhos. Voltou a caminhar. Chegou ao cais. Pronunciou algumas palavras. Olhou a água. Acompanhou a marola. Tirou do bolso onde guardara depois da limpeza, a arma. Suspirou. Abriu a boca levou o cano da arma até ela. Haviam 4 balas. Porém apenas uma seria necessária. Engatilhou e disparou. Agora Baltazar flutua morto, nas águas. Não muito longe dali no quarto da sua casa haviam dois corpos, Um homem e uma mulher. Corpos nus. Cada um com um tiro na cabeça. Baltazar matara. Baltazar morrera simplesmente por amor.

Nenhum comentário: