sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Deveras


Deveras
Ela olha o relógio, e parte.
No rádio do táxi fica sabendo que esta nos primeiros minutos de um novo dia.Tira da bolsa um espelho, se penteia pela 3° vez em 20 minutos.Pega o celular e certifica-se de que esse não tem carga suficiente para ligar.
Olha o taxímetro. Pede ao motorista que entre por um atalho. Tem pressa.A proximidade parece trazer também ansiedade.Gotas de suor descem por traz do rabo de cavalo, retocado constantemente.Certifica-se que todos os botões do vestido estão fechados. Passa a mão sobre o decote.Cheira as mãos tenta achar evidencias, percebe que não as tem.
Suspira. Paga o táxi, cumprimenta o porteiro. Pega o elevador.A tensão aumenta. O coração pulsa cada vez mais forte. A cada giro da chave na fechadura as veias parecem trabalhar mais freneticamente.Ela entra, tira os sapatos, e caminha como um gatuno na escuridão.
Entra no quarto e como se não quisesse ser notada vai em silêncio ao outro lado do quarto, no aparelho sob a escrivaninha clica.Segundos de silêncio e em seguida ouve: “- Amiga agora eu não tenho mais dúvidas, ele me trai. Já passam das 11 e meia e nada! Nem sinal dele! Eu tenho certeza de que ele esta com a outra!” Ela suspira e diz: É eu também tenho!
Em seguida ascende as luzes e liga o chuveiro. Deveras.

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