segunda-feira, 2 de maio de 2011

Um épico 'ganhou, mas não levou'

Ao torcedor do Vitória ficará a lembrança de uma derrota com sabor de triunfo. Ao do Bahia, três pontos amargos, mas também o aplauso ao time lutador. Aos amantes do futebol, um clássico épico. René Simões colocou o Bahia no ataque. O resultado era fundamental para a sobrevivência tricolor. Antônio Lopes, imaginando o perigo, deixou o time precavido.


Em campo, Bahia e Vitória travaram um batalha digna do clássico. O Bahia não teve vergonha da história que carrega e foi para cima. O Vitória com seus meninos assustou-se, mas levantou a tempo de colocar o regulamento embaixo do braço e ser feliz. No Ba-Vi do Barradão, o Bahia mostrou o que lhe faltou no primeiro jogo, vontade de vencer. Com a melhor formação que poderia colocar em campo, René colocou Jancarlos, Danny Morais, Camacho, Lulinha e Maranhão. E assim, assistimos um outro Bahia, em relação ao time que não honrou o manto tricolor no domingo anterior.

Lopes não tinha o que fazer, a não ser escalar o Vitória de sempre. A gana pela vitória transformou o Bahia em um time que tinha sede de história. Por outro lado, a gana tricolor nos apresentou um Vitória disposto a não morrer na praia. Sedento de justiça. Cheio de vontade de colocar o time de melhor campanha na decisão do estadual. E assim, tivemos um clássico épico.

O Bahia logo nos primeiros minutos abriu o placar. Antes da metade do primeiro ato, pênalti para o Vitória e Geovanne deixou tudo igual. No segundo tempo, a história se repetiu. Outra vez Marcone. Outra vez nos minutos iniciais. Bahia 2 a 1. E um épico clássico escrito para a posteridade. Quando Neto Baiano empatou o confronto, pela segunda vez, tirou do torcedor rubro-negro o grito preso na garganta. O gol obrigava o Tricolor a marcar mais duas vezes.

Apesar da leve superioridade não restava tempo. Era o futebol fazendo justiça e premiando a equipe mais equilibrada durante o torneio. O Bahia ainda chegaria a justa vitória com Souza, de pênalti, no minuto derradeiro, mas era pouco. Restou ao time de melhor campanha a vaga na final. Ao Bahia restou a sensação de que na despedida do estadual, o treinador encontrou o time ideal. Os reforços, muito bem vindos desde que compromissados, podem ajudar. Jobson e Carlos Alberto são as bolas da vez. Não há dúvidas de que o talento destes jogadores podem ajudar o Bahia a pensar grande na Série A .

Manter-se na Primeira Divisão pode ser o ideal para quem há sete anos não frequenta a elite, mas é pouco para quem se acostumou a ser grande, como é o Tricolor baiano. Ao Vitória restam mais dois jogos contra o valente Bahia de Feira de Santana. Os meninos de Lopes podem fazer história e sabem disso. Para a Série B é preciso pensar mais longe, mas o foco neste momento é o Baianão. E assim é preciso “apenas” ser Vitória, time de maior hegemonia no país, nos tempos atuais. O favoritismo fica na capital, mas o time do interior já mostrou do que é capaz. Não se assustem com a trupe do bom atacante João Neto e do brilhante goleiro Jair. A segunda maior cidade do estado tem um representante e que, como há anos não acontecia, honra o nome que carrega. Mais dois Ba-Vis decidem o Bainão 2011, mas Ba-Vis com ingredientes interioranos.

A sorte está lançada. O inédito pentacampeonato ou o também inédito título do Bahia de Feira é o que temos a oferecer. Independente do resultado, estará escrita a história.

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