segunda-feira, 3 de março de 2008

Futebol é Tropicália

Escrever sobre futebol direto de Salvador em um fim de semana tão musical quanto foi este, termina sendo um prazer.


No sábado no Porto da Barra, um dos cartões postais de Salvador, um show ao ar livre homenageou à Tropicália. No palco Galvão, Jorge Mautner, Tom Zé, Gal Costa e outros. Na praia um público maravilhado com tamanho espetáculo. E mesmo com uma demasiada empolgação, deu pra se sentir como em um estádio, fazendo coro, coreografias e vendo de longe, da areia da praia, os artistas ao mar.


Mas vamos ao futebol. Começou no Rio, o returno do Campeonato Carioca, a Taça Rio. Pelo Campeonato Paulista, o domingo foi dia de clássico, Corinthians e Palmeiras. No Campeonato Baiano foi a da 15ª rodada. E no Brasil afora não faltaram rodada pelos estaduais.

Acompanhei três jogos. Obviamente que com dois deles acontecendo no mesmo horário, tive que optar por uma avaliação mais superficial de um dos.
Pelo Carioca, dedicação quase integral a Vasco e Boavista. Pelo Paulista, o clássico Corinthians e Palmeiras, ainda que de forma superficial. E pelo Baianão, o BaVi genérico – Bahia e Vitória da Conquista.

Vasco e Boavista fizeram um jogo tanto quanto estranho. O Boavista mandava e desmandava, mas era o Vasco que marcava os gols. Edmundo inteiramente recuperado do pênalti perdido contra o Flamengo e marcou – de pênalti! – o primeiro do Vasco,no maior estilo Jorge Mautner: "eu não peço desculpas e nem peço perdão!". Afinal nem era preciso, a nação Vascaíno já cantava "Ah é Edmundo!", o Boavista com um time formado por jogadores de nomes conhecidos como Rodrigo, ex-Vasco e Atlético Mineiro, Roberto Lopes e Faiolli, ambos ex-Vasco, continuou dominando a partida até que Jean saiu do banco de reservas e entrou pra fazer a "Alegria, Alegria" da torcida cruzmaltina, fazendo o segundo do Vasco, já na etapa final.


Alex Teixeira numa pintura fez o terceiro e Jean mais uma vez, fechou a conta. Vasco 4 x 0 Boavista. A goleada rendeu ao time de São Januário, a liderança do grupo B. E sob o regulamento "pai dos grandes", os quatro principais times cariocas venceram na estréia da Taça Rio. Viva a Bossa! Viva a palhoça!

No grande clássico popular paulista, deu Palmeiras. Não acompanhei os 90 minutos da partida, justamente por acompanhar Vasco e Boavista, além do mais a quebra de um controle remoto pode causar mudanças significativas em nossas vidas. No meu caso, levantar do sofá a cada cinco minutos era quase uma ofensa, e tão grande quanto não cair no mar gelado da praia do Porto ao ouvir Gal cantar "Folhetim".

Mas voltando ao jogo, sempre que estive de olho na partida, a superioridade foi palmeirense, tanto que após uma das zapiadas feitas de forma manual, vi a modificação do placar – isso mesmo! Perdi o gol! – mas o replay tão fundamental para a vida quanto o controle remoto, não me deixou na mão. O detalhe foi a comemoração do autor do gol, el mago Valdívia.

Após uma bela defesa do goleiro corintiano Júlio César, o chileno empurrou pras redes, e saiu comemorando como se estivesse chorando. Uma resposta aos jogadores corintianos que passaram a semana dizendo que ele era um "jogador cai-cai, um chorão". Por fim Mano Menezes, técnico derrotado na tarde de Morumbi lotado, disse que a comemoração não representou nada para ele, já que a choradeira era coisa comum em outro estado. Se ele tinha alguma admiração de botafoguenses, perdeu com tal declaração.

Mas que fique bem clara a diferença entre a comemoração de Valdívia e a do irresponsável Souza. O palmeirense foi irônico, o flamenguista insensato. Mas são outros tempos, agora mais do que nunca "é proibido proibir" então deixem que todos comemorem. Os irônicos, os insensatos e até os adeptos da popular dança do creu.

Por fim o BaVi genérico. O jogo foi parelho, as duas equipes se comportaram devidamente com as líderes do campeonato, se estudaram em boa parte do jogo. Pelo Bahia, Darci voltou a se destacar, fazendo defesas importantíssimas. O Bahia por sinal, continua com cara de time de meio da tabela na série B. Não empolga, mas segue vencendo, então, reclamar de que? Elias marcou o primeiro de falta, e como não viu o show do sábado não tinha muita inspiração pra comemorar, logo foi de Creu pra torcida. Pensando bem não ficaria muito legal, alguém sair dançando Caetano, Gal, Mautner ou Boca de Cantor após um gol. O Vitória da Conquista empatou o jogo, resultado que o conservaria na liderança do campeonato, mas após um falta cobrada em um jogada ensaiada, o lateral Daniel marcou o gol da vitória fazendo o "coração ‘tricolor’ balançar ao som de um samba de tamborim".


Vencer um BaVi, ainda que genérico, é tão bom quanto ouvir "tarde em Itapuã" na beira-mar. O Bahia com a vitória, reassumiu a liderança, dois pontos a frente do time de Conquista e quatro do maior rival e terceiro colocado, o Vitória.

Assim foi o fim de semana futebolístico sobre o meu ponto de vista. Com muita tropicália, muitos gols, sem deixar de citar as obras primas feitas por Ronaldinho Gaúcho e Robinho na Espanha, e por Perea pelo Grêmio em Porto Alegre. Daquelas que "enchem de alegria (!) e preguiça" – (ficar trocando de canal pra rever o gols, cansa!), mas eu vou, com o peito cheiro de amores e no coração do Brasil, acompanhando e curtindo nosso mundo esportivo!Viva ao futebol! E viva a tropicália!

3 comentários:

Anônimo disse...

ja que a anélise é crua devo falar!!! está sofrendo de crise de identidade..me diz no post anterior ue não vai falar de outra coisa a não gol...e me Gal? Aliás ou será Gol? hahaha

Eric Luis Carvalho disse...

Hahahahhaaa
Muito bom o comentário, procede!
Depois lendo achei forçadas de barra hilárias, mas não consegui não falar do show! Juro que tentei!
saudações meu caro anônimo!

Juliana disse...

Devolvendo a visita do caro colega eis que venho passear pelo receptáculo.
rsrsr
Lembro a vc...q estamos esperando a super resposta de Neumar e futuramente a sua contra-resposta sobre o significado de "Receptáculo".

O universo feminino, meu caro é como um buraco negro...rsrs...mas como já há um blog falando sobre um buraco branco eu prefiro não me pronunciar! rsrsrs
Sem mais .... obrigada pela visitinha!
Bjs