domingo, 13 de dezembro de 2009

Feliz de quem tem histórias pra contar...


Nenhum torcedor do Bahia, esquece. Muitos do jovens hoje presentes em Pituaçu sequer assistiram a conquista, mas pergunte a qualquer um dele, o nome de pelo menos três daqueles herois, com certeza saberão. Cresci sabendo escalar, Ronaldo; Tarantini, João Marcelo, Claudir e Paulo Róbson; Paulo Rodrigues, Gil e Bobô; Zé Carlos, Charles e Marquinhos. Técnico: Evaristo de Macedo. E foi justamente estes, com excessão de João Marcelo que foi substituido por Newmar, que entraram em campo para a festa deste domingo 13 de dezembro, contra o Internacional de Porto Alegre, representado também pelos atletas colorados que defenderam o time gaúcho na mesma ocasião 20 anos atrás. Foi o mesmo Bahia da decisão. Mas outros monstros eternizados sobre a batuta de Evaristo também fizeram parte da festa, Ricardo, Edinho jacaré, Sandro, Osmar, Dico Maradona e Sales também mataram saudades da turma tricolor, fazendo esta recordar com brilho nos olhos.

Foi um dia muito representativo para a história do Bahia, apesar de representantes da atual diretoria - prova do descaso com o clube, com os ídolos e história do clube. O público foi pequeno para quem chegou a ver a Fonta Nova com 110 mil pessoas, apenas 3 mil desta feita, mas suficientes para abrilhantar uma festa bonita. Para relembrar o dia em que o Bahia voltou a ser o maior do país e provou que era possível.

Apesar do aparente descaso por parte da diretoria do Bahia ao evento, o Sport Club Internacional de Porto Alegre, merece todas as congratulações, se o clube campeão não moveu uma palha na realização do evento, além de ceder as camisas para atletas tricolores, a direção do Colorado abraçou a ideia e mandou a Salvador, o vice presidente e as trofeus de suas últimas conquistas, entre elas o Mundial de clubes da Fifa. Exemplo bonito de respeito a seus ídolos, ainda que não tenham conquistado naquela ocasião o título. Bacana também ver a emoção dos atletas do Inter em campo. Edu Lima, Casemiro, Mauricio, Norton, Luiz Carlos Martins, Helder, sempre aplaudidos pelos tricolores, afinal era uma celebração. Vaias e bem poucas, apenas para o rubronegro da festa, o campeão mundial de boxe, Acelino Popó Freitas, torcedor do Vitória.


O jogo terminou 1 a 1. Casemiro para o Inter e Zé Carlos, o grande anfitrião e organizador do evento, para o Bahia. Mas o placar pouco importou. Bom foi rever os milagres de Ronaldo, a marcação aplicada de Tarantini, a segurança na defesa de Claudir, Pereira e Newmar. A irreverência de Paulo Robson, o passe aplicado de Paulo Rodrigues, e até mesmo ver que a elegância sutil de Bobô, não é mais a mesma. O corpo já não responde como antigamente, que o diga Marquinhos, sempre lépido, assim como o próprio Zé Carlos, camisa 10 daquele time e o goleador Charles. Bom foi rever Lourinho, torcedor símbolo daquela conquista, debilitado, andando com dificuldades e apoiado em uma bengala, ser venerado pela torcida. Bonito ouvir ecoar em Pituaçu, cânticos entoados naquela saudosa época de Fonte Nova lotada e Bahia temido pelos adversários. Bons tempos, que não voltam mais. Da tarde de boas lembranças e filmes passando pela cabeça, ficou a lição de que, feliz de quem tem histórias pra contar....


Fotos: Edson Ruiz/Fotopress/Uol; Fabrizio Freitas; Antonio Saturnino/Correio da Bahia.

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