sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Feliz aniversário, envelheço na cibercidade

As garotas da minha rua, os garotos a beber. Já não tenho a mesma idade, envelheço na cidade. E pra piorar, eu já não caibo mais nas roupas que eu cabia e já nem encho mais a casa de alegria. Mas enfim é aniversário.

É sempre engraçado aniversariar, é verdade que não é tão engraçado acordar cedinho com o celular tocando, mas as mensagens de pessoas que você não vê faz tempo, pagam pelo transtorno. Até mesmo um bonitinho “aproveite o dia especial de hoje” do Itaucard, que dessa vez não falou em dívidas.

O carinho dado pela família antes mesmo de você por o pé pra fora da cama, faz com que se deseje que todo dia seja aniversário. Café da manhã especial e tudo.

Mas o que pode parecer uma repetição dos anos anteriores se mostra diferente em pequenos, mas significativos momentos.

De uns anos pra cá, com o advento tecnológico orkutiano, as coisas ficaram…diríamos que bem mais divertidas.

Você recebe parabéns de gente que nunca viu na vida. E que no máximo trocou cinco palavras com você nos longos meses de “amizade”. Mas recebe parabéns de gente que esteve presente na sua vida desde o tempo em que aprendiam a ler, e que há muito tempo não se encontram, não se abraçam, mas que faz questão de deixar nas palavras todo o carinho e admiração que são recíprocos.

Ou ainda de gente que você conheceu a pouco tempo, e que o pouco já virou muito e com um pouco mais de atenção se percebe é que falta pouco, e que pouco a pouco os amigos de faculdade se transformam em muito na sua vida. Seja escrevendo de Paris, Bilbao, Santiago ou do computador do seu lado.




De gente que entrou em sua vida por uma informação, e que o coração faz questão de informar todo dia, que jamais sairá.

De “amigos” e amigos do país inteiro, gente que você tem um carinho todo especial sem sequer ter dado um abraço.

Homens de barba na cara e mulheres já comprometidas que dizem com todo carinho “eu te amo”.

De pessoas que tinham tudo pra não fazer parte da sua vida, mas que lhe fizeram voltar a ser calouro, e amar cada momento ao lado delas.

De pessoas que a sete dias atrás você nem conhecia e que hoje você morre de saudades do miojo feito por elas.

De gente que foi tão importante na sua vida, por um tempo deixou de achar que fosse, e hoje volta a te escrever pra desejar todo sucesso do mundo.

Aniversário é mesmo algo bem estranho, mas engraçado também. Compartilhar um bolo gigante com colegas de redação, “amigos” de longos dois meses é diferente, mas divertido.

Passar mais uma etapa é tempo de olhar pra trás e agradecer aos responsáveis. Os que tiveram a obrigação e os que foram escolhidos (a dedo).
É tempo de relembrar os que já não fazem parte do convívio diário em corpo, mas que nos observam a todo momento. É hora agradecer e só.

Pelos poderes do ciberespaço, eu tenho a força.
A força são os outros. Afinal “sem você sou pá furada”.

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