segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

“Jornalismo, poder e sedução ou A Mídia e o Feijão”

Domingo de folga é de folga, mas jornalista ainda na faculdade aprende que domingo é dia de trabalho e que folga é que nem domingo, ou seja…

E no último domingo de janeiro, que teoricamente seria de folga, lá estava eu escalado. A missão não era das piores, cobrir a “tradicional” feijoada da Dada, e lá vamos nós.
Nome na lista, pulseira amarela com letras garrafais escrito IMPRENSA e eu, e meu colega de site – o responsável pelas fotos, a mim caberia o texto sobre o evento – estávamos dentro do espaço reservado aos nobres que desembolsaram R$ 220 para comer o feijão da pista e R$ 440 para comê-lo do alto, quer dizer do camarote.

É engraçado como tem gente que vive reclamando da vida, mas não tem pena de coçar o bolso pra comer um feijão. Tudo bem que cada um faz o que quer com seu dinheiro, mas eu nunca, nunquinha que estaria ali se não fosse por livre e espontânea pressão.
O evento contava com vários ambientes, o primeiro, um enorme salão ao ar livre, com várias mesas, onde a nata soteropolitana – genuinamente formada por brancos e muitos, mas muitos negros (isso é parte bastante relevante se levarmos em conta o valor do ingresso e divisão econômica soteropolitana – mas eu juro que tento não falar mais nisso).

Em um outro ambiente, rolava os shows, o primeiro da Voa Dois, e como neste verão já foram tantos os encontros, que é capaz de Fredd e Katê acharem que eu sou fã de carteirinha, ou então daqui a pouco eu vou estar aqui elogiando a duplinha de duas músicas, mas enfim, eles se esforçam, e hoje ganharam até uns sorriso cínicos de minha parte enquanto os fotografava (também tive meu momento Magnum 60 anos =]).

Depois de uns 10 churrasquinhos dos mais variados sabores, a equipe do Itapoan Online se dirigiu ao camarote. E ai prepara a câmera fubenga porque lá vem celebridades.
O primeiro “famoso” que vi foi Giacómo Mancini, mas ele não conta, é jornalista e ainda por cima da concorrente! (e caso se lembrasse de mim, pior ainda, barrei ele no Compoli 2006, quando queria entrevistar Heloisa Helena) Nada de fotos!

Em seguida um gordinho, calvo e que só era visto com um copo na mão, faz pose de político e me lembra que é ninguém menos do que o ex-senador e ex-ministro das minas e energias, Rodolpho Tourinho, agora eu entendo o lado da energia, fã de um Red Label, o tio Rodolpho. Falando em Red Label, no camarote ele chovia, zilhões de garrafas extremamente tentadoras enfeitavam o buffet e os copos. Mas em serviço jornalista não bebe, – isso porque o jornalista autor não consome álcool a exatos 15 dias, não que eu queira manter por muito tempo o recesso, mas promessa é promessa (recado entendido?!) – mas de lembrança, trouxe o copo vermelho com a logo do Walking.

Patrícia Nobre, sempre simpática era outra jornalista famosa e concorrente, por sinal, voltando ao Giácomo, a criança trabalha certo. Chegou e foi logo comer. Certo ele. Mas em poucos instantes o camarote virou passarela e lá estavam Luiz Sallem e sua trupe de gazelas, eram tantas que davam até pra puxar o trenó do velho Noel. Neuza Borges, a lindíssima Solange Couto, Bruno Gagliasso, a namorada Camila Rodrigues - que vai ter papel importante na história que conto já – e o seu irmão Thiago Gagliasso.

Nisso tudo Netinho já estava no palco, e o ex-secretário Albérico Mascarenhas, o deputado Grampinho Neto, e o genial (e hilário) Nizan Guanaes desfilavam pelo camarote (dizem as más línguas que se Nizan é gênio, Duda é Deus! Mas em terra de PFL o bom é o Guanaes e sem mala!), enquanto isso, o ex-prefeito Imbassahy comia na área dos mortais com a sensação de que “se fosse naquele tempo, eu também estaria lá em cima”.

Entre outras tantas ilustres presenças, uma chamava atenção dos futuros jornalistas, um senhora de baixa estatura fumando excessivamente, Lêda Nagle, jornalista e há anos apresentadora do Sem Censura na TV Cultura, e que se derreteu em sorrisos ao ouvir um “fã aspirante a jornalista pode tirar foto?” – Pode sim meu bem. Então que se registre.
Dadá chegou um pouco antes trazido por dois negões “todos completos” como diria um velho amigo, e de sunga, por que diabos eu não sei, mas enfim a anfitriã vestia um modelito “Aquático” - aquele do He-Man lembra?! Talvez explique a sunga! – e chorava de emoção – como em todo ano.

Vale lembrar também que foram feitas fotos do pobres mortais também, logo logo estarão no site, incluindo freteiras que achavam que éramos repórteres importantes, ah o poder da mídia, o poder seduz…falando em seduzir, sabe aquele sorvete que o Bompreço vende de 25 conto a caixinha minúscula?! Então tinha em fartura, e se o Bompreço não permite Dada permite, e um só não, vários, até que é bom, mas não vale os $25, tem gosto de sorvete e só!

Por fim a história mais cabeluda do dia – e olha que Cláudia Ohana nem foi vista – meu amigo fotógrafo – as vezes por demais precipitado e diríamos que estressado com aquilo que deram o nome de máquina (vale lembrar que a 01 estava em Camaçari sendo usada no jogo do Bahia, sobrou a reserva, nem de longe a altura) – foi bater uma foto da namorada do Gagliasso, que no momento comia, a moça chegou a pedir um tempinho, mas o apressado puf! Tirou.

Ela não se importou, mas um fotógrafo “profissional” ao lado não gostou, o moço que carregava o nome estampado na camisa “Fred Pontes – Fotográfo” chiou, dizendo que não se tira foto da pessoas comendo e blábláblá e ai começou a discussão, o hilário era ver que a atriz fazia o papel da turma do deixa disso, por fim o “profissional” deu um tapinha nas costas do “amador” como quem diz “vá aprender vá criança” e como resposta ouviu um “vc é viado!”. Eita, no maior estilo Vera Verão, o rapaz(?!) gritou “não me chame de viado não”. Eu já até imaginava as manchetes das colunas de fofoca no dia seguinte “Jornalistas trocam farpas no camarote da Dadá!”. Ofendido o moço veio pra cima do nosso fotógrafo que por sorte já subias as escadas. Depois o “amador” fotógrafo foi se desculpar com o “moço”, alegando estar nervoso com a má qualidade da câmera, e tomou até umas aulas de como tratar os artistas.

Pra mim foi só mais uma mostra clara de que não esse tipo de jornalismo que eu curto. Nunquinha da Silva que eu importunaria o ser humano que fosse pra dizer “oh tira uma foto aqui pro nosso site, jornal, sei lá o que!”. É estranho, mas eles são de carne e osso, e merecem seu momento de intimidade. É, descobri que é isso que eu não quero.

Lembro-me do meu longo fim de semana de 2001 em Maceió no mesmo hotel dos Titãs, tendo que tomar café com os carinhas e no máximo dizer “bom dia”, nada de tietagem. Mas enfim assim foi o valioso Feijão Vip da Dada.

Ah vale ressaltar que eu não fui solidário a Imbassahy e comi o meu prato de feijão, na ala dos R$ 440, dividindo a mesa com Ed Bala – nem tudo é perfeito né?! – Estava muito bom admito. Mas enchi mesmo foi em casa, a noite, comendo o feijão mais vip que eu conheço, o de Vó.

A propósito, ano que vem o CFC vai lançar o primeiro feijão vip do Conspiração, com o tempero da minha vó, ingressos a 500 reais e um infinidade de gente disposta a pagar caro por um prato de feijão, vai ser melhor do que ganhar na mega sena. O CFC vai pra Grécia! E de Cruzeiro! E comendo…Feijão!

Ps: Antes que a noite chegue ao fim, acabo de ser informado que Clarindo Silva voltou a ser o Rei Momo do carnaval de Salvador, por ordem judicial. No maior estilo Marreco de Cidade de Deus, eu diria: Que putaria é essa?! Nunca se viu tanta para se escolher um Rei Momo, e olha que Dadá gritou bem alto pra todo mundo ouvir na feijoada “Viva a putaria!”. Então viva! E bem que Clarindo podia ter sido convidado, com certeza ganharia uns quilinhos a mais, e quem sabe acabava com esse imbróglio. Semana de carnaval, e que venha a bendita escala!

2 comentários:

Egi Santana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Egi Santana disse...

Juro que em certo momento pensei que era isso que vc queria. E que os pseudo-intelecto-faconianos ñ me leia =D
Muito bom o blog, caro conterrâneo CPM.
Abraço =]