quarta-feira, 9 de abril de 2008

Futebol Rio São Paulo

No Paulista, Palmeiras e São Paulo honraram a tradição e se classificaram. O líder Guaratiguentá é ao menos nominalmente a surpresa entre os quatro classificados – mas que fique bem claro, mesmo pra quem assistiu o mínimo de jogos possível, o Guará não é surpresa alguma. A outra vaga ficou com a Ponte Preta. E o Corinthians ficou pelo caminho.

Nas semifinais, Palmeiras x São Paulo, e Guará x Ponte. Meus palpites são de que após dois jogos duríssimos, Luxemburgo leva essa parada.



Porco na final. E entre Lobo Guará e Macaca, acho que líder faz valer o posto. Na minha opinião, no dia 27/04, Palmeiras e Guará começam a decidir o campeonato.

No Rio, enfim acabou a maresia que foi a participação dos pequenos. E os quatro grandes decidem mais uma vez o turno, desta vez os confrontos são Vasco x Fluminense, e Botafogo x Flamengo. O Vasco não consegue vencer o expressinho do Flamengo, logo só passa pelo Fluminense se os tricolores se entalarem com pó de arroz. Flu na certa.



No outro jogo, a onça vai beber água e a cobra vai fumar. Vai ser uma guerra, mas espero que só dentro de campo e limpa, com futebol e não com violência, mas por toda a história que cerca o confronto em 2008, tem tudo pra ser um jogão. Daqueles que o Maracá não esquece.


E um parágrafo especial, porém triste para falar sobre o rebaixamento do querido América do Rio, para a segunda divisão do estadual. O “Mequinha” é o segundo time de todo torcedor carioca, e mesmo quem não nasceu no Rio, aprende a ter carinho pelo rubro mais querido da Guanabara. O hino mais bonito do Brasil, sem dúvida seria entoando hoje em tom melancólico por um ilustre torcedor. Tim Maia. Aqui duas homenagens ao América, o excelente e emocionante texto de Lédio Carmona sobre o Clube e uma matéria exibida no Globo Esporte desta segunda-feira (08/04) sobre o rebaixamento. Que seja breve a passagem do glorioso pela segundona. Estadual no Rio já é não lá muita coisa, e ainda sem o América, não dá.

E o América caiu

Por Lédio Carmona

O América caiu. Ganhou, mas não conseguiu evitar o pior. Junto com o Cardoso Moreira, o mais simpático dos cariocas terá que jogar a segunda divisão em 2009. Quem tem mais de 30, sente muito. Acompanhamos o América forte. Não tão poderoso quanto aquele acompanhado por quem hoje tem mais de 60. Mas era um América que todos respeitavam. Gostavam. Curtiam. E torciam. Só mudava quando o adversário era o clube de coração. Aí, o América ficava um pouco de lado, mas ninguém gostava de goleada. Contra o América, era bom evitar.Sempre adorei o América. Quando comecei a viver o futebol, tinha dois americanos na minha família. Meu primo-irmão Ricardo, vulgo Russo, e seu pai, Franco, mais conhecido por Garotinho. Eram América mesmo. Como Alex Escobar. Como Dona Norma. Como Tia Ruth.

Os anos se passaram. O Mecão virou Mequinha. Russo não tem mais time. Talvez nem lembre que foi América. E Tio Franco agora é vascaíno. Pois é.Meu pai (saudade) me levou pela primeira vez ao Maracanã num Vasco x América, pela Taça Guanabara de 1974. O Vasco acabara de ser campeão brasileiro. Tinha 9 anos e fomos ver a abertura do Estadual e a entrega das faixas. O América venceu por 4 a 1. Inapelável. Luisinho fez três gols. Era um timaço: Rogério, Orlando, Alex, Geraldo e Álvaro; Ivo Bráulio e Edu; Flexa, Luisinho e Gilson Nunes. Foi um vareio. Aquele time era melhor que o Vasco. Meu pai, meio sem graça, só dizia que botaram água no chope do Vasco. Quanto desapontamento...O América seguiu forte.

Na minha adolescência, o América jogava muito no Caio Martins. Não perdia uma. Nem o time nem eu. Em 1986, virei estagiário do Jornal do Brasil. Minha missão: setorista do América. Todos os dias, ia ao Andaraí acompanhar os treinamentos. Régis, Polaco, Bene, Denílson e Paulo Cesar; Muller, Serginho, Renato e Pedro Paulo; Ramon (Cesar Saladinha) e Luisinho. O técnico era Pinheiro. Que insistia em me chamar de Lênio ao invés de Lédio. Aquele América foi semifinalista do Campeonato Brasileiro. O América me deu uma ajuda e tanto na carreira. Pôs meu desconhecido nome em várias e várias matérias. Minha primeira reportagem assinada foi sobre o América, um perfil de Maurício, que, três anos depois, virou herói do Botafogo. Os setoristas dividiam um pão doce, comprado numa padaria da Rua Wolney Braune. Um refrigerante (não havia diet). O café era servido por Seu Walter Davies, um simpaticísismo velhinho, diretor de futebol.

Depois, eu e o América ficamos distantes. O clube seguiu a sua vida. Eu, também. Mas sempre acompanhei. Tinha saudade. Sempre tive um pouco de americano. Hoje estou triste. Temo que o América custe a voltar. Dá medo. Não tenho mais o meu pai. Não sou mais estagiário. O América ficou ainda mais remoto. O tempo é cruel. Mas a esperança alimenta. Se é para ter Campeonato Carioca, tem que ter América. Lágrimas de sangue. Um dia ele volta.




Lédio Carmona é jornalista e escreve no Jogo Aberto, um dos melhores blogs sobre futebol do país. Jogo Aberto.

2 comentários:

Daniel Frediani disse...

Em São Paulo é difícil dizer quem sairá com a primeira vaga pra final. O Palmeiras é favorito, mas o tricolor cresce na hora da decisão. Além do mais, do jeito que o Palmeiras adora perder no Parque Antártica, era pra o time torcer pra ter dois jogos no Morumbi, e não o contrário. Pra mim, é uma final antecipada. Nem Guará nem Ponte tem cacife pra tirar o título de qualquer um deles.

No carioca, torço pro Fluminense. Não sei pq, mas me apeguei ao tricolor carioca. Gosto do futebol ágil e elegante de thiago neves. Gosto da filosofia atacante de renato Gaucho. O futebol precisa de mais times que joguem como o Fluzão. Entre os quatro, só o Vasco parece estar um degrau abaixo... desculpa Eric... :)

Priscilla Bar disse...

Ô,Ô,Ô,Ô...Q feliz sou de ser Tricolor

Quanto ao América, realmente...sacanagem...