terça-feira, 8 de abril de 2008

Reflexões sobre o GP do Barhein


Faltou tempo para escrever sobre tudo o que aconteceu no GP do Barhein do último domingo, mas enfim, antes tarde do que nunca faço aqui algumas reflexões sobre a corrida.

Um Massa Brilhante
Felipe agrediu bem as curvas como fazia Mansel, (que por sinal era como vinha sendo chamado o brasileiro nas últimas semanas – “Nigel Massa”). Foi milimétrico como Schumacher e ainda soube ser frio como Kimi, seu companheiro de equipe.


Durante o GP do Barhein, Felipe não pareceu ter o sangue latino, que tanto agrada aos Ferrarista. Foi um campeão de sangue frio. Brilhante. Por alguns milésimos não marcou a pole no sábado, que por sinal ficou em boas mãos com Kubica. Na corrida, de ponta a ponta, Felipe demonstrou personalidade e com a vitória, voltou ao campeonato. Pode parecer precoce, mas sem dúvida qualquer outro resultado além da vitória, deixaria Felipe longe da briga. Afinal quem errar menos é quem vai sorrir mais no final.

Kimi – O campeão coadjuvante



Kimi foi apenas coadjuvante no Barhein, soube jogar em equipe. Felipe voava desde os treinos livres, restava a Kimi, ficar ali atrás, esperando uma onda de azar daquelas bem sortudas – pra ele! – foi só passar Kubica, manter a segunda posição e no final levar a criança vermelha de volta pra casa. Com o segundo lugar, o Homem de Gelo assume a ponta no campeonato, com 19 pontos.

Como a BMW virou time grande


No futebol se diz que é necessários títulos para considerar um time “grande”, mas na F1 não é preciso tanto e assim a BMW Sauber cresceu, e sem precisar ganhar títulos tornou-se grande. As vitórias provavelmente virão e pra logo. Kubica marcou a pole no Barhein e terminou na terceira posição, somando agora 14 pontos no campeonato e dividindo a terceira posição no campeonato com Hamilton e Kovalaine. Já o regular Heidfeld ficou na quarta posição e assumiu a vice-liderança no campeonato com 16 pontos, atrás apenas do atual campeão mundial. O feito dos meninos da BMW Sauber levou a escuderia a terminar a terceira etapa do campeonato como líder do mundial de construtores, superando as poderosas Ferrari e Mclaren.

O porque de Hamilton ainda não ser um craque
Com a bola rolando, craque é aquele que decide, que chama o jogo pra si e mostra personalidade. Pelé, Zico, Careca, Romário, Ronaldo. Esses não tinham vergonha, colocavam a bola embaixo do braço e diziam, deixa comigo. No solitário mundo da F1 não há espaço pra dividir a responsabilidade. Óbvio que o piloto não põe o carro sozinho na pista, mas quando entra nela, é só ele e o carro, e então se conhece os verdadeiros craques do automobilismo. Assim foi com Prost, Senna, Schumacher, Fittipaldi e outros. Ano passado ouvi e li muito sobre Lewis Hamilton, e concordei com boa parte do que diziam. Como pilota esse rapaz! Mas faltava alguma coisa, e isso ficou claro na reta final do mundial de 2007, quando Lewis teve o campeonato nas mãos e deixou escapar. Maturidade é só o que falta ao primeiro negro a dirigir um F1. Talento e estrela ele tem, mas ainda não é craque. É um Alexandre Pato, joga muito, conhece, mas não é craque - ainda. Peca nos pequenos detalhes. Se Pato perde gols bobos em campo, Lewis comete barbeiragens inimagináveis nas pistas. Mas vão aprender e serão grandes craques.


O cochilo na largada do GP do Barhein, que resultou na perda de três posições e o atropelo dado no carro de Fernando Alonso foram mostras de que o menino ainda tem muito a aprender. Creio que a questão não é falar de pressão. Mas quando Felipe errou o mundo quase desabou sobre sua cabeça, logo, deixa desabar um pouquinho sobre o Lewis. Até chegar na Espanha, no dia 27 ele terá aprendido um pouco mais.

Rubinho e Nelsinho
Com esses, tudo como dantes no quartel de Abrantes. Mas Rubinho ao menos completou a corrida, foi 11º. Já Nelson Ângelo Piquet, abandonou a 17 voltas do final.

A Fórmula 1 volta no dia 27 de abril, em Barcelona, para o GP da Espanha. As Ferraris devem continuar voando e espero que Felipe ainda mais, para repetir o resultado do ano passado. Vitória no Barhein e vitória na Espanha. E pensar que depois é mais um circuito de boas lembranças, Turquia. Esse calendário parece até obra de dirigente da Federação Carioca. Mas desse eu acho que vou gostar.

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