segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O dia em que a Cruz trincou ou "Sofrimento Misto"

E ainda vão me dizer que o tal destino não existe. Sim, existe. Nasci em uma família de vascaínos na Bahia, me tornei mais um deles. Mas foi assistindo ao Bahia na Fonte Nova foi que aprendi a gostar do futebol. Do abraço do desconhecido em cada gol e assim por diante. Cresci misto. Com as cores do tricolor da boa terra no peito, bem ao lado da cruz de malta. 
E assim quis o tal destino que o Vasco chegasse na última rodada dependendo de uma combinação de resultados, desde que vencesse o Vitória. Vitória que aprendi a considerar o maior rival. Vitória de tantos BaVis. Vitória que sempre esteve para mim do outro lado do estádio. Mas que este ano, como um setorista não oficial, pude acompanhar de perto e torcer pelo sucesso do único representante do meu estado na série A. Mas não havia como negar que se o rebaixamento já seria doloroso, ser diante do Vitória então. 

E assim foi. Doeu. Machucou. Mas ouvir o grito da torcida após o apito final de "Vasco da Gama", ouvir o hino e o velho "Ah, é Edmundo" foi o suficiente para respirar fundo, olhar a cruz que só o vascaíno tem e perceber que ela estava apenas trincada. Nada que um ano novo não coloque em dia. E ai aparece o tal do destino. Quis ele que tanto o Vasco quanto o Bahia passassem os últimos anos sob a tutela de "pseudos-donos". O Bahia que tem eleições na próxima quinta (11/12) parece que tão cedo não se livrará dos "senhores de engenho", já o Vasco justo no ano em que quebrou as amarras e foi entregue ao ser que mais alegrias nos deu vestindo o manto cruzmaltino, mas quis o tal destino que fosse ele a capitanear a nau em seu pior momento. Mas o torcedor não esqueceu de quem passou e deixou a arapuca preparada. Deu orgulho da cruz de malta ouvir São Januário em coro dizer de quem era a culpa.
Mas é certo que não é o momento para acharmos culpados, apenas de encararmos o destino e seguirmos com a nau por mares dantes navegados. Uma dura jornada nos espera. Para o torcedor de coração misto, agora mais "de segunda" do que nunca, emoção em dose dupla, sempre às terças, sextas e sábados. O gigante foi ferido, chorou. Mas sua cruz, o seu batismo, tratou-lhe de apontar a direção. Que comece a navegação. Que recomece a batalha. A caravela voltará a aportar onde jamais deveria ter saído.

2 comentários:

Moisés Costa Pinto disse...

O VASCO MERECEU TER CAÍDO!

Anônimo disse...

O Vasco mereceu ter caído![2]

O ano inteiro inventando moda. Colocou Romário pra ser técnico. Foi lá pra Conchinchina pra fazer pré- temporada, só visando marketing, jogadores medíocres, enfim...

Pediu pra cair...