sexta-feira, 30 de abril de 2010

Reflexões do Barradão

Por Lédio Carmona

Antes de mais nada, o bom resultado do Vitória foi justíssimo. O atual tricampeão baiano (e muito perto do tetra) jogou melhor no primeiro tempo, fez o primeiro gol (Renato) e, mesmo com uma pálida melhora do adversário no segundo tempo, soube se segurar e resolver a partida num contra-ataque, com Neto Berola. Bom registrar que os dois gols foram frutos de falhas individuais (como sempre) da defesa do Vasco.

junior
Mais sobre o Vitória. Jogou sem quatro (repito, quatro) titulares e assim mesmo se impôs. Não entraram em campo Nino Paraíba, lateral-direito, Wallace, melhor dos zagueiros, Fernando, apoiador, e Ramon, o eterno, o melhor do homens de criação.

E Junior, o centroavante de 33 anos, autor de 16 gols até agora em 2010, é muito bom jogador mesmo. Não fez gols, mas se deu bem no duelo contra a zaga do Vasco. É alto, mas tem rapidez, explosão, boa técnica e excelente posicionamento. Esse centroavante tem tudo para explodir no Brasileirão.

Enfim, a vitória do Vitória (desculpe aí) foi justa.

E o Vasco? Mereceu perder. O time corre muito, mas corre errado. Não tem organização tática. Os laterais atacam, mas sem coordenação e de forma precipitada. A bola raramente chega à frente. O meio de campo, com três volantes, depende demais de Phillippe Coutinho, que não vive bom momento. E, mais complicado diante desse quadro problemático, o treinador não é o ideal. Com todo respeito a Gaúcho e aos serviços prestados ao clube, o Vasco precisa de um técnico que faça a diferença. Como Dorival Junior, em 2009.

O time não é grande coisa, concordo. Mas não é tão fraco assim. Dá para exigir mais. Porém, as falhas da defesa (continua ruim), a insegurança de Elder Granja, o excesso de burocracia no meio e a passividade de Gaúcho não ajudam. Poderia ser melhor. Dorival Junior conseguiu que fosse melhor. E, no papel, o elenco do ano passado era pior do que o atual. E não me venham dizer que os resultados só aconteceram porque era Série B. Com todo respeito, e com exceção dos clássicos, a Série B é muito mais forte do que qualquer Estadual.

E, meu caro Gáucho, não cabe a um clube do tamanho do Vasco achar conveniente uma derrota por 1 a 0 para decidir na volta, em São Januário. No segundo tempo, Gaúcho tirou Phillippe Coutinho para pôr Robinho. Errou. Depois, sacou Elton para optar por Dodô. E só quando levou o castigo do segundo gol, lembrou de tirar um volante para a entrada de Magno. Para que três cabeças-de-área num momento de derrota?

A Copa do Brasil ficou incerta e improvável. E, do jeito que a coisa vai, o ano promete emoções indesejáveis. E aí, Bob Dinamite?

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