segunda-feira, 14 de maio de 2007

Essa tal da tecnologia. 1, 2 testando....

Questão 1

O desenvolvimento da cultura midíatica do pós-guerra está ligado ao aumento da produção massiva dos bens de consumo. O consumo está ligado nos dias de hoje, a uma parte do processo identitário, em que as tensões entre a cultura global e suas apropriações locais acabam sendo importantes nichos de negociação. (J.Janotti).


Orozco e Barbero tratam nos seus textos da relação da mídia com a cultura, no caso com a cultura latino americana. São abordadas as novas tecnicidades, as novas mediações e o processo identitário, influenciadores diretos do processo de globalização, tão criticado em Surplus, video produzido por Erik Gandini que critica a sociedade de consumo e através de um discurso anti-globalizacionista critica duramente a vida consumista; e a tragédia social e econômica produzida pela sociedade capitalista.Um filme que trata de necessidade e desejo.

A tragédia social e econômica produzida pela sociedade consumista, base da critica de Gandini no vídeo, pode ser relacionada com Barbero com esse diz que: "Os processos da globalização econômica e informacional estão reavivando a questão das identidades culturais até o ponto de converte-las em dimensão protagonica de muitos dos mais ferozes e conflitos internacionais dos últimos anos..."
Barbero aponta ainda a crise das três instituições da modernidade, o trabalho, a política e a escola. Para ele a globalização põe em marcha um processo de interconexões que une aquilo que importa ou tem interesse e exclui os demais. O que produz uma separação crescente e profunda entre a lógica do global e as dinâmicas do local.
Situações vistas em Surplus, com o "isolamento" do sueco milionário do restante da sociedade consumista,por ter ideais que vão de encontro ao "gaste, compre, use". E no caso da distinção local/global na fala de uma cubana "encantada" com a diferença dos "mundos" capitalista e socialista.
Para Barbero os meios de comunicação são as formas com que o capitalismo controla e disciplina os cidadãos contemporâneos, Orozco parece caminhar na mesma linha quando cita a audiência como cenário e estímulo a emergente formação de redes. Orozco cita a tv como organismo fundamental para a sociedade do consumo, tecla essa bastante batida em Surplus (Seja consumista "assista Mtv e compre no McDonald's"); que critica além da robotização, o agendamento e o excesso constante de informações.
Orozco critica a liberdade de consumo na sociedade capitalista, que para exercerem com liberdade suas diversas interatividades obrigam os membros da sociedade a se conectar as grandes redes e infra-estruturas, as quais não administram, nem controlam e nem criam. Critica essa também vista em Surplus, quando John Zerzan, questiona se numa sociedade de consumo as pessoas teriam acesso a variedade, apontando que a liberdade termina na escolha da marca a, b ou c. Ainda em relação a isso Orozco questiona se a nova tecnologia permitirá modificar as condições de conhecimento que queremos, ou só nos facultará certas categorias de liberdade,mas sempre enquadrados em condições que não foram de nossa produção, nem da nossa escolha.
Orozco paralela com Surplus novamente quando coloca que os avanços tecnológicos são sustentados não por razões do desenvolvimento humano, mas sim por razões mercantilistas. Idéia presente em todo o vídeo de Gandini.
Por fim Orozco, Barbero dialogam com Gandini por tratarem por tratarem da problemática da relação da mídia com a cultura. E nos colocam a pensar sobre o processo de globalização com suas imposições ao mundo atual.


Questão 2

É possível articular Roszak com a Escola de Frankfurt desde o inicio do texto quando ele faz um apanhado histórico sobre a política da informação e nos apresenta a Jeremy Bentham e a seus seguidores que ainda no inicio do século XIX passaram a se preocupar em fazer um censo acurado na sociedade. Uma teoria critica que é fundamental também para que os frankfurtianos desenvolvam uma teoria social da comunicação. Os utilitaristas ingleses, como eram chamados os discípulos de Bentham se diziam prontos para "investigar tudo com um olho crítico e agudo...". O texto de Roszak paralela em alguns pontos com as idéias críticas dos frankfurtianos como quando coloca a informação como uma questão política, questão também apontada pelo frankfurtianos Habermas (tecnologia como ideologia), porém Habermas faz isso de uma forma crítica enquanto que Roszak defende que seria algo bom para a sociedade. Roszak defende a capacidade de formação de redes tecnológicas que teriam efeito libertador e nivelador; colocando que as redes anulam as deficiências, encoraja a franqueza. A capacidade do poder da informação colocadas por Roszak faz com que encontremos outro ponto dos ideais frankfurtianos, a relação de poder e dominação pelos meios de produção e transmissão. Roszak coloca no texto momento em que se pode exemplificar a mídia como causadora da violência simbólica prevista pelos frankfurtianos. Roszak fala do excesso de informação e diz que ele apenas beneficia os interessados em “adormecer” as atenções. Roszak cita a importância da qualidade da informação mostrando como soluções bancos de dados, e até mesmo o serviço de seleção on-line, utilizado hoje por sites de busca, que filtram a fartura e a organização a partir de uma reputação diante dos usuários. Já para os membros da escola de Frankfurt esse excesso faz com que as pessoas duvidem da veracidade dos acontecidos por estarem diante de mídias mercantilistas.
Já Jean-Louis Weissberg em Paradoxos da Teleinformática trata da desconstrução dos paradigmas da sociedade. A gestão maior do tempo; alem de interelações, presença ausência, velocidade, hipermídia, territorialização e desterritorialização.
Weissberg cita a importância da mídia sem mediações, mas que geraria a mesma critica dos frankfurtianos em relação a Roszak. Weissberg passa assim como Roszak pela defesa dos sistemas de auto-mediação e a critica ao excesso. Faz a defesa da hipermidiação citando o exemplo do computador-receptor que para os frankfurtianos estaria diretamente ligada ao consumo e a dominação, critica feita por Marcuse. Para Weissberg as novas tecnologias dinamizam as relações pessoais (- ampliação da presença a distancia – ampliação mas não a substituição do presencial próximo). Ele cita as tecnologias moveis como um método cada vez maior de inserção no local. Com isso redescobre-se o poder da linearidade graças a abundância de hipermidiação. O autor de Paradoxos da teleinformática coloca em pauta os paradoxos encontráveis nas novas tecnologias, analisando que os processos de analise clássicos (como originalidade, a unicidade da obra – idéias difundidas por W.Benjamim) e propõe inclusive que tais processos sejam empregados atualmente.

Nenhum comentário: