O governo já apresentou o projeto para que um novo estádio venha a surgir no local para que Salvador venha a ser uma das sedes da Copa de 2014. Uma decisão relevante ainda que não vá trazer de volta as vítimas, é que no projeto da nova Fonte será criado um memorial em homenagem aos sete mortos.
Localizada em um ponto central da capital baiana, ele permanece ali, impassível, no meio do roteiro diário de tantos baianos, inclusive o meu. Passar nas noites de quarta ou nos finais de semana pela Ladeira da Fonte e vê-la deserta é de partir o coração. No lugar onde aprendi a cultuar o futebol. O meu templo. O templo da Bahia. Onde mais de 110mil torcedores empurraram um time formado nas divisões de base contra os poderosos Fluminense e Internacional, para comandados pela elegância sutil de Bôbo conquistar o Brasileiro de 88.
A Fonte que eu tenho na memória é aquela onde todo mundo marcava de se encontrar na estátua de Pelé na entrada do estádio. A Fonte que vai ficar eternizada é a que viu Beijoca, Douglas Franklin, Elizeu Gódoi, Baiaco, André Catimba, Osni e tantos outros craques.
A Fonte Nova que eu nunca vou esquecer é uma lotada com mais de 60 mil pessoas por jogo para assistir a fase final da Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro. Enfrentar adversários como Barras do Piauí, Coruripe de Alagoas ou Fast do Amazonas, talvez fosse motivo de vergonha para a história de algum grande clube, mas naquele palco, com uma torcida apaixonada ao redor, sem dúvida era motivo de orgulho para todos os envolvidos na disputa.