sábado, 12 de junho de 2010

Um legado que faz brilhar o oriente

Por Edimário Duplat

Abrindo o 2º dia da Copa, Grécia e Coréia do Sul fizeram um duelo desacreditado pelos críticos. Para muitos, as duas seleções ainda carregam adjetivos que não condizem com a situação atual das equipes e isso com certeza atrapalha uma analise coerente dos times hoje.

A Grécia não é mais a seleção de defesa solida e jogadas aéreas. Pior que isso, tornou-se um arremedo da sua própria campanha da Euro 2004. Já a Coréia do Sul evoluiu bastante desde sua controversa campanha da Copa 2002. “Controversa” em partes, na minha opinião. Mesmo com as vitorias duvidosas sobre Espanha e Itália no torneio, não devemos apagar o legado que Gus Hiddink deixou na seleção asiática. Vitórias sobre Polônia e Portugal, alem do empate com os Estados Unidos naquele mundial não vieram por acaso.

Voltando para 2010, logo no inicio do jogo tornou-se evidente a diferença entre as duas seleções. Sem temerem os seus oponentes, as equipes optaram pelo esquema ofensivo, o que acabou beneficiando mais os Diabos Vemelhos. Aos sete minutos, numa jogada de escanteio, o zagueiro Lee Jung-Soo se aproveitou da falha de marcação na pequena área grega para marcar o primeiro gol da partida.

Depois disso, a Coréia do Sul soube dominar o time grego, que ficou perdido em grande parte da primeira etapa. Por diversos momentos do jogo, os coreanos conseguiam chegar à pequena área do adversário, mas pecavam nas finalizações. Em uma dos lances, Park Chu-Young teve a melhor oportunidade de ampliar, tendo o chute desviado pelo goleiro Tsorvas.

Tsorvas, na verdade, foi o melhor jogador do “Navio Pirata”, salvando o time uma goleada. Quando não conseguia, porém, contava com o nervosismo dos coreanos, que estavam claramente tensos em sua estréia na Copa.

No Segundo tempo, o técnico Otto Rehhagel finalmente mudou o esquema tático do time, tentando voltar à formação característica dos gregos. Mas foi tarde demais; aos 7 minutos do segundo tempo, Park Ji-Sung (aquele mesmo, do Manchester United) se aproveitou de um erro da saída de bola grega, arrancando com velocidade e batendo de categoria a direita do goleiro Tsorvas: 2x0.

Depois disso, Rehhagel ainda fez mais duas substituições, tirando Samaras e Charisteas por Salpingidis e o atacante Pantelis Kapetanos. Com isso, o time melhorou na marcação e tentou criar algumas jogadas aéreas no setor coreano, porem, mesmo com alguns lances de perigo do atacante Gekas, a equipe helênica não conseguiu ter espaço com os entrosados coreanos.

Ao termino do jogo, ficou claro como as opiniões sobre as duas seleções precisam ser repensadas. Os coreanos hoje passam pelo seu melhor momento na historia do futebol. Ainda precisam passar por um amadurecimento técnico, mas já apresentam uma grande disciplina e entrosamento em equipe. Jogadores como os Park (Chu-Young e Ji-Sung) alem de Lee Young-Pyo e Kim Jung-Woo são bons exemplos de que o futebol coreano não pode ser desprezado. Já o time grego vive um triste calvário, tendo uma equipe que precisa ser renovada logo, antes que volte ao limbo das seleções mundiais.


Edimário Duplat é soteropolitano do condado de Brotas, o lendário bairro-cidade da capital Baiana. Acompanha futebol em todos os níveis, desde uma final de Champions League a um confronto entre Butão e Montserrat. Sua eterna crença em times inexpressivos foi nomeada pelos amigos twitteiros de #momentoedimario. Durante esta Copa vai colaborar com textos para o Receptáculo.

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