20 anos: O dia em que o Bôra Baêa voltou a ecoar no Brasil

19 de fevereiro de 1989. Há exatos 20 anos, O Bahia, com um time com nove dos onze titulares nascidos na Boa Terra, conquistava o Brasil pela segunda vez. O time comandado por Evaristo de Macedo atravessou o Brasil e foi até Porto Alegre enfrentar o favorito Internacional. Nunca na história do Campeonato Brasileiro, os dois primeiros colocados foram de pontos tão distantes no mapa como na final do Brasileiro de 88.

Eu no alto dos meus dois anos, não estive no Beira Rio, nem lembro da festa na minha casa e na de todos os baianos. Mas as histórias que ouvi guardo até hoje, as do choro do meu saudoso avô, dos desmaios de amigos. Dos incentivos rivais. Naquele histórico domingo, o torcedor do Vitória chorou junto ao tricolor. O povo da Bahia gritou em uma só voz: Bôra Baêa Campeão!


No último final de semana enquanto me deliciava com as matérias especiais dos jornais locais sobre a conquista de 20 anos atrás, li que a manchete do Correio do Povo do Ceará, no dia seguinte ao título tinha sido: "Bahia é Campeão Brasileiro. Nós também somos campeões". E era justamente esse o espírito. Sem bairrismos, ou rivalidades entre regiões do país, mas a conquista de 88 parece ao menos pelos registros da época ter servido como uma representação de força e afirmação do povo nordestino, -um povo acima de tudo forte - inigualável.



Cresci ouvindo as histórias daquele dia eterno para o futebol da Bahia, do Brasil. O dia em que a "elegância sútil de Bobô" cantada em verso por Caetano conquistou todo um país. O dia em que o trio elétrico invadiu o Brasil. O dia em que o grande Bahia foi o maior de todos. 20 anos, lembranças, lágrimas, emoção e uma certeza, feliz daquele que tem história pra contar.