Como freqüentador de estádios desde muito pequeno, e espectador de Bavis, tanto na Fonte Nova, quanto no Barradão e em Pituaçu, tomei no mínimo como surpresa tal alegação. OK, a violência crescente entre as principais torcidas organizadas de Bahia e Vitória é fato, porém não pode ser fator determinante para destruir a cultura de um povo. Pergunte a um carioca o que representa para ele e seu povo, um Vasco e Flamengo, um Fla-Flu ou um Vovô. Pergunte o mesmo a qualquer paulista sobre um Palmeiras e Corinthians ou um SanSão. Um Galo e Cruzeiro e um Grenal, assim como um Bavi, fazem parte da cultura de cada um desses povos.
O Bavi não é do Bahia, nem do Vitória, o Bavi pertence àquela massa que lota, seja a Fonte Nova, seja o Barradão, o Jóia da Princesa ou Pituaçu. O Bavi é do povo que pinta de preto, vermelho, azul e branco, seja qual for a praça esportiva, para gritar “Vamos ganhar Negô” ou “Bôra Baêa”. Deles é o Bavi.

Disputar um Bavi sem a torcida adversária deve ser no mínimo algo doloroso. Um clássico é feito dos dois lados. Times como Vasco e Flamengo, Grêmio e Inter, Bahia e Vitória se completam. Completam-se na essência, num todo e não só naqueles 11 que entram em campo. O espetáculo das arquibancadas é parte necessária e obrigatória neste show.
E quando meia dúzia de vândalos tomarem o papel principal a ponto de impedir um espetáculo, será a hora do adeus. Mas, que bom que a norma joga a favor da alegria, contra o retrocesso, contra a intolerância, contra a burrice. A norma joga no time do coração, da festa, do amor pelo rival amigo.
Que venha o Bavi de domingo, a norma estará colorindo o Barradão, de preto, vermelho, azul e branco, e oxalá que com muita paz e alegria.
Um comentário:
Brilhante o post grande Eric. Quase uma ode ao ato de ir aos estádios. Concordo plenamente com seu argumento. A gente tem que ir pra cima, porque não dá pra inverter a lógica e as pessoas de bem ficarem em casa e os vândalos à solta. Abraços!
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