terça-feira, 19 de agosto de 2008

Imagine ai...

Comentário feito por mim no blog Jogo Aberto, do jornalista Lédio Carmona:

Imagine se fosse no Brasil”…com certeza o mundo cairia sobre nós, 'um país sem competência', 'sem estrutura', seriam algumas das acusações, mas foi lá na poderosa China. E nós nem queríamos criticar o sistema ufanista que confundiu socialismo com ditadura, e nem a postura de uma organização que impediu uma criança de bela voz de aparecer ao mundo porque era “feia” para os padrões chineses, não queríamos criticar a falta de liberdade da imprensa, só queríamos organização, e a vara da Fabiana.

Pelo pouco que acompanho do salto com vara no últimos anos, vi que Fabiana não era só mais uma, não é uma Isinbayeva, mas uma Fabiana. Ninguém tem dúvida que ela poderia ter saltado os 4,65m, e acredito que até sem a vara específica, porque não? Afinal o que tirou Fabiana da luta por uma medalha, foi a perda da paz interior, da concentração, o que tirou dela a luta por medalha foi a falta de organização e competência.

Mas, ah se fosse no Brasil. A revolta de Fabiana no momento em que ainda no estádio era entrevistada pelo brilhante Renato Ribeiro, era a de todo o país e do mundo. Era a revolta estampada na cara do próprio Renato, profissional de talento ímpar, que perguntou apenas em tom de revolta, “revoltada Fabiana?”. O “eu nunca mais volto aqui” doeu em todos nós, e na verdade não precisa Fabiana, no coração do Brasil, que sofreu este drama junto com você, a sua medalha é dourada, com um valor que ouro nenhum pode comprar e organização nenhuma estragar.

Restou -nos ver o show de Isinbayeva. O sonho fica pra Londres, lá quem sabe a competência salte tão alto quanto a russa de olhos encantadores e Fabiana possa provar que “eles” acabaram a sua olímpiada de 2008.

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