domingo, 26 de julho de 2009

E ainda dizem que torcedor não ganha jogo...


A emocionante tarde de Pituaçu para Bahia e Vasco poderia ser definida assim: A massa tricolor lotou Pituaçu, que inclusive recebeu um bom número de vascaínos. A festa foi linda. Em campo, o Vasco melhor tecnicamente fez valer essa superioridade por boa parte do jogo e foi melhor. Empurrado pela torcida, o Bahia foi só garra, e assim com o coração na ponta da chueteira, venceu o Vasco. Como disse na última quinta-feira, o técnico do Corinthians, Mano Menezes, "futebeol não é justo, futebol é bola na caixinha" e apesar da superioridade, foi o Bahia quem colocou mais vezes a bola na "caixinha". A festa feita pela torcida em Pitauçu do começo ao fim do jogo dava ao torcedor do Bahia a credencial da felicidade. Nesta tarde, ela tinha a obrigação de ser feliz.

Com a bola rolando o Bahia como sempre não jogou necas de catiripapos, mas resolveu o jogo em duas bolas paradas, fazendo o time da Cruz de Malta sofrer da velha máxima do quem não faz toma, já que o Vasco esteve melhor durante boa parte do jogo. O primeiro tempo foi truncado com poucas chances para os dois lados. Pelo Bahia, Reinaldo Alagoano, logo no começo bateu para uma bela defesa do paredão Fernando Prass. Pelo Vasco a melhor chance veio com Elton, que recebe de frente para o gol e chutou no rosto do goleiro Marcelo.

No segundo tempo enfim o jogo tomou cara de clássico de série A, como é. O Vasco abriu o placar nos minutos iniciais da etapa final, com Alex Teixeira e dominou o jogo. O Bahia mostrava as mesmas falhas de sempre, apesar de uma melhora no meio campo com a presença do bom passe de Leo Medeiros, porém Ananias seguia a queimar as chances que lhe são dadas e não produzia nada. Aos 20 minutos, o capitão Nem, empatou após cobrança de escanteio de Leo Medeiros. A comemoração de Nem, mostrava o retrato do jogo, se a técnica vascaina era evidente, a raça e a entrega tricolor deveria fazer a diferença. A torcida merecia. E ela foi responsável por empurrar o time pra cima do Vasco. O time de Comelli cresceu e em um contra golpe rápido, Reinaldo Alagoano chutou e Fernando Prass salvou, no rebote por muito pouco Nadson não empurrou para o fundo das redes, a zaga vascaína salvou na hora h. O Bahia já jogava com um homem a menos, após expulsão de Leandro e o Vasco havia perdido uma chance clara com Adriano que passou pelo goleiro tricolor Marcelo e chutou para Evaldo - ele mesmo! - salvar em cima da linha.

A virada quase veio um pouco antes do que o programado, e com o próprio Nem, que de cabeça fez Prass fazer um novo milagre, mas no lance seguinte, não teve jeito. De novo Nem, Bahia 2 x 1 e explosão nas arquibancadas de Pituaçu. Me arrisco a dizer que desde Bahia e Fast em 2007, o torcedor não vibrava da forma com que vibrou ontem. A festa foi linda, não dá pra achar que o time não tem o que melhorar, mas ontem, exatamente ontem, o torcedor do Bahia mais do que nunca mereceu. Pontos também para a linda nação vascaína que marcou presença em Pituaçu, lotando o espaço reservado a ela. Mais bonito ainda foi ver vascaínos e tricolores convivendo harmoniosamente nos espaços reservados à torcida do Bahia, numa clara mostra de civilidade e respeito.



O Vasco de Dorival Júnior deixou Salvador com a impressão de que com certeza será um dos 4 da série B que em 2010 estarão na elite do futebol nacional, mas é preciso "bola na caixinha." Já o Bahia mostrou que raça e vontade não faltam, porém é preciso mais qualidade técnica. A vitoria deve sim ser comemorada, principalmente porque agora o G4 está a apenas 4 pontos e diante do Juventude o time tem a chance de enfim emplacar três vitórias consecutivas. O jogo será na terça às 21h50, horário ruim pela falta de transporte ao fim do jogo, mas alguém duvida da força desta torcida?


Interessante o comentário do Zé, do Blog do Bahia no GE.com sobre a festa da torcida: "Mas o jogo de ontem mostrou uma coisa ainda mais importante: a torcida do Bahia é foda. Não sabe protestar, não consegue se organizar para fazer valer seus direitos, gosta de ser enganada, mas faz uma festa bonita da zorra." - A mais pura verdade, boa Zé!

Emocionante ouvir o canto de "meu tricolor voltou" ecoar em Pituaçu, assim como ver nas cadeiras do monumental dois grandes ídolos e vascaínos, um da música brasileira, Luiz Melodia e outro do futebol mundial - o maior de todos atletas cruzmaltinos - o presidente Roberto Dinamite que elogiou bastante o lindo e moderno estádio de Pituaçu.

Para alguém de coração dividido o jogo foi tenso, emocionante, inesquecível. Ao longo da semana contarei em dois textos a aventura de ver o clássico pelo lado vascaíno e pelo lado tricolor. Mas terça já tem jogo! A série B, assim como o sentimento, não para!

Fotos: Edição impressa do Correio*

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