Uma derrota de campeãs

Brasil perde o jogo e Alemanha é campeã mundial

“Nem tudo é como você quer, nem tudo pode ser perfeito”, nem era preciso Dinho Ouro-Preto eternizar a frase, infelizmente é assim que a banda toca.
Hoje na final da Copa do Mundo da China, o Brasil fez um primeiro tempo brilhante. Jogou muito, marcou, não deu espaços para as alemãs jogarem, só faltou o gol. Mas ai veio o segundo tempo, e assistimos a Alemanha jogar. E elas jogaram. E fizeram gols. Então perdemos a Copa.

Jogando como gente grande

O primeiro tempo foi bastante disputado, a Alemanha teve uma chance logo no princípio e só. A partir dai o Brasil jogou. Apesar do domínio que podia ser visto com a porcentagem de posse de bola (Brasil 60%, Alemanha 40%) o Brasil só teve três chances reais de gol. A primeira numa falta onde a goleira alemã soltou adentro da grande área, a excelente Formiga chutou cruzado de bico, mas ninguém apareceu para jogar a bola pro fundo das redes. A segunda chance veio com Daniela que chutou de bate-pronto de fora da área, uma linda bola que bateu caprichosamente na trave. Nossa última boa chance foi com ela, Marta, ele limpou três adversárias e chegou sem angulo ao gol alemão, esbarrando na goleira Angere, que começa a se tornar o destaque alemão.

A Alemanha joga, o Brasil assiste e Marta tem dia de Zico

Veio o segundo tempo e alegria de jogar típica das meninas brasileiras parece ter ficado no vestiário. Marta diria no fim do jogo que faltou comunicação, “estávamos muito caladas, a gente não falava”. Não falava e não jogava. A Alemanha veio mostrando toda a força de uma atual campeã do mundo. Pressionou e numa saída errada iniciou um contra-ataque rápido e a boa camisa 8, Sandra Smiek serviu a artilheira Prinz que não perdoou. Alemanha 1 a 0. Sentimos o gol. A seleção se descontrolou por alguns instantes. Daniela fez falta dura e tomou cartão amarelo, erramos passes bobos, mostramos ao mundo o nosso descontrole emocional. Mas Marta cobrou do time. Gritou e numa bola lançada do meio campo, Cristiane foi derrubada dentro da área, pênalti. Era a hora de acordamos, mas Marta teve seu dia de Zico. Freqüentadores do Receptáculo sabem da minha falta de apreço pelo Galinho, mas não posso negar que foi um brilhante jogador, um craque. Porém, craques também erram como Zico ao bater e perder o pênalti contra a França nas quartas de finais da Copa de 86. Mas só quem é craque recebe tal responsabilidade e Marta recebeu. Bateu mal, de canela, a goleira alemã se antecipou uns 2 metros, e pegou. Angere escrevia de vez seu nome na história.

O time brasileiro não se encontrou, tivemos uma ou outra chance, uma falta espetacularmente batida por Daniela e mais espetacularmente ainda defendida pela parede alemã. Angerer não sofreu sequer 1 gol, e entra para historia como a única a não ter tomado gol em sequer um jogo, numa competição organizada pela FIFA.
O tempo foi passando e o desespero aumentando e aos 42, veio o golpe final. Depois do escanteio Lauder fez o segundo. Final Alemanha, bi-campeã do mundo, 2, Brasil, campeão do alegria e da superação 0.