segunda-feira, 23 de março de 2009

Detalhes tão pequenos de nós dois

Um velho clichê do futebol diz que “um clássico se decide em detalhes.” Pois então os detalhes não marcaram presença na tarde deste domingo no estádio de Pituaçu, no clássico Bavi, certo? Errado. Apesar do 0 a 0, detalhes não faltaram ao clássico.

Bavi é diferente de tudo. A cidade ganha um colorido ainda mais bonito. O calor infernal de Salvador transforma-se em um ambiente propício para um grande jogo. No caminho do estádio na Avenida Paralela, muita alegria. Carros tocavam os hinos de Bahia e Vitória, gritos de incentivos ecoavam pelos ares e bandeiras tricolores e rubro-negros eram ostentadas. Uma festa.
Entrada tranqüila, com excelente trabalho da Polícia Militar, que obviamente que com raras exceções, fez um brilhante trabalho, evitando qualquer tipo de confronto entre os vândalos, que como sempre, marcaram presença.

Dentro do estádio, o policiamento teve que contornar um imbróglio, a priori cerca de 40% do estádio havia sido reservado para a torcida do Vitória, porém o espaço foi sendo reduzido aos poucos, e ficou por volta de 30% do espaço para rubro-negros.

Todas as 29.884 arquibancadas foram comercializadas, assim como 539 das 2.450 cadeiras, totalizando 30.423 espectadores. Um detalhe importante foi o fato de que a renda apesar de ter chegado perto, não bateu na casa de R$ 1milhão, de qualquer forma, os mais de R$ 900mil nos cofres do tricolor representam a maior renda da história do futebol da Bahia.

O Bahia não tinha Léo Medeiros e Rubens Cardoso, já o Vitória não tinha Vanderson, desfalques importantes para ambos os lados. Quando a bola rolou, a partida mostrou-se equilibrada, o árbitro Arilson Bispo da Anunciação desandou a soltar cartões amarelos, a maioria de forma justa. Logo nos primeiro minutos, o goleiro Marcelo, do Bahia, retornando ao gol depois de um período de contusão, recebeu um cartão infantil, após dar uma dura no atacante do Vitória Neto Baiano, que tentou recuperar uma bola que já havia saído pela linda de fundo.

Pouco tempo depois, aos 25 minutos de jogo o goleiro tricolor derrubou Apodi próximo a grande área e como já tinha tomado o amarelo foi expulso. O técnico Alexandre Gallo tirou Helton Luiz para a entrada do goleiro reserva, Fernando. O time tricolor ficou acanhado e não tinha força no meio campo. Ainda assim, a partida se manteve equilibrada e o tricolor conseguiu até conseguiu criar chances de perigo, com o seu melhor jogador em campo, o volante Elton.

O Vitória não conseguia impor a superioridade numérica, apesar da blitz pós-expulsão. Veio o segundo tempo e Gallo colocou o volante Willames no lugar do atacante Reinaldo Alagoano, fazendo com que Elton jogasse mais a frente para auxiliar Beto. No Vitória, Mauro Fernandes mudou com a intenção de por o time pra cima, sacou um volante e colocou o meia Rafael Bastos, que no final perderia uma boa chance de marcar.

O time do Barradão teve apagadas presenças de Nadson e Neto Baiano, além do sofrível lateral esquerdo, Bosco. O Bahia dava espaços, natural para um time com dez, porém o Leão não apresentava força suficiente para balançar as redes do tricolor. Curiosamente foi o Bahia quem teve as melhores chances, Elton recebeu um passe na cara de Viáfara e terminou se atrapalhando com a bola. Em outro lance, o zagueiro Evaldo de peixinho, quase marca para o tricolor.

Ramón Menezes fazendo a reestréia fez uma boa partida, não chegava a ser o Reizinho dos tempos áureos, mas quem sabe, nunca esquece. Por sinal, Ramón sofreu uma penalidade clara - eu não vi, mas foi clara pra quem estava perto, como o juiz - e não marcada por Arilson Bispo da Anunciação. O Vitória teve uma chance no fim do jogo com Rafael Bastos, que terminou enfeitando demais a jogada e perdendo o tempo da bola. O clássico chegou ao fim e pelo pouco futebol demonstrado por seu time, e o fato de ter jogado com um homem a mais desde os 25 do primeiro tempo, o torcedor do Leão foi quem que saiu de Pituaçu, com um sabor amargo.

O torcedor do Bahia aplaudiu e Gallo vibrou após o apito final, enaltecendo a garra dos jogadores. A sensação foi de que faltaram detalhes, muito poucos para que o clássico fosse decidido com bola na rede, mas ficou outra ainda maior, a de “como é bom viver um Bavi!”

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