domingo, 29 de março de 2009

O Álbum Branco... Quer dizer... O Carro Branco!

Por Robson Carneiro

Eu perdi a largada, confesso! E talvez não devesse escrever este texto. Mas depois que soube o que fez Rubinho, me senti ligeiramente perdoado. Reformulando: Eu e o Rubinho perdemos a largada! Mas o que isso importa? Foi apenas o início desta que promete ser a mais equilibrada das temporadas. Era um Fellini: corrida liderada pela estreante Braw GP, seguida por Toyotas e RBSs. Ferrari e McLaren perdidas na ineficiência dos seus carros.

Esteticamente, a Fórmula-1 perdeu um certo charme. Não consegui engolir aquele aerofólio traseiro miúdo, encolhido, como algo que tomou chuva e não secou direito. Parecem os carros da GP2 equipados com o turbo do Top Gear 2000. Quem já jogou com certeza fez a ligação entre o aditivo de velocidade do game e o novo recurso da F-1 que aumenta em oitenta cavalos a potência dos carros em menos de seis segundos.

Mas a corrida da Austrália em si trouxe alguns pontos que devem ser levados em conta:

- É esquisito ver um carro branco, limpo de patrocínios, receber a bandeirada da vitória num esporte tão dominado e cobiçado pelas mais famosas marcas do mundo. Aliás, essa cor inspira os grandes gênios: O Álbum Branco dos Beatles; O livro Branco do Humor, de Millôr Fernandes; O carro branco de Ross Braw!
- L. Hamilton somou 5 importantes pontos com seu quarto lugar. Esses “pontinhos”, ganhos quando quase tudo parecia perdido, que lhe deram o título mundial no ano passado, mesmo Felipe Massa vencendo mais corridas.

- A Fórmula-1 com Vettel é muito mais divertida e imprevisível (Ah! Se não fosse T. Glock...).

Para terminar, mais uma constatação que me deixou, no mínimo, intrigado. Algo no universo queria essa vitória da Braw GP. Não só pelo erro de Rubinho na largada e da posterior recuperação do brasileiro e nem acidente entre Kubica e Vettel que possibilitou a dobradinha. Foi outra cena que chamou atenção. No fim da prova, já no pódio, J. Button resolveu jogar o seu Champanhe para a equipe, cena que ficou eternizada por Michael Schumacher, entre tantas outras do alemão. Mas tão inexperientes são mecânico e piloto, não habituados com a vitória, que sobrou mesmo para o Champanhe que foi direito ao chão. Para minha surpresa, a garrafa não quebrou e foi aí que eu percebi que nada estragaria aquela festa.


Robson Carneiro é estudante de jornalismo da Universidade Federal da Bahia. Amigo, compadre e sócio, também é do tipo que acorda às 3h da manhã para ver carros que correm para chegar em lugar nenhum.

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